Reciclagem veicular tem pegada ambiental, mas também é negócio
Empresas que investiram no ramo recentemente miram as oportunidades de receita que a frota brasileira oferece
A reciclagem veicular de uns tempos para cá ganhou força como modelo de negócio real. Deixou de ser apenas um aglomerado de projetos que não saiam do papel. Ainda que o Programa Mover tenha acelerado isso, e passado um verniz de medida ambiental aos seus incentivos, retirar veículos velhos de circulação e vender suas peças e materiais é uma grande fonte de receita.
Stellantis, Grupo Sada, Octa, Renova são apenas os exemplos de nomes grandes do mercado que investiram na reciclagem de olho nas oportunidades de negócios que ela oferece no país. Ainda é tudo muito novo nesse sentido por aqui. Com um histórico grande de informalidade entre agentes que “desmachavam” veículos, de forma que números concretos acerca desse mercado são raros, havendo apenas estimativas.
Há quem diga que existe uma possibilidade de retirar por ano cerca de 1 milhão de veículos da frota circulante, considerando aqueles que chegam ao seu final de ciclo de vida. Essa quantidade pode proporcionar um volume gigantesco de peças que podem ser revendidas no mercado de reposição e de materiais que podem ser reciclados. O que o Mover fez, no fim das contas, foi estimular que esse mercado tenha uma regulamentação, saia da penumbra de ilegalidade e, assim, gere valor.
“O Mover tem um impacto muito grande porque ele pela primeira vez traz para economia circular as montadoras. Por mais que já houvesse um esforço grande dos centros de desmontagem e da indústria de remanufatura para desenvolver o negócio de fim de vida veicular, ainda assim eram pontas que não conversavam com as outras envolvidas na cadeia e, por isso, faltava a circularidade no mercado”, diz Arthur Rufino, CEO da Octa.
Do Automotive Business