Reconfiguração do comércio exterior e os desafios da indústria do Grande ABC
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No terceiro mês de vigência do tarifaço, o Brasil acumulou exportações em volume superior ao mesmo período de 2024 (1,9%), no acumulado do ano, considerando todos os destinos de nossas vendas externas. A balança comercial brasileira vem apresentando resultados satisfatórios, mesmo com a imposição de tarifas por parte dos EUA e a acirrada concorrência no comércio exterior causada pela adoção desta política.
Muitos setores e empresas brasileiras conseguiram diversificar seus mercados, direcionando seus produtos para outros países e reduzindo a dependência do comércio com os Estados Unidos. Os Estados Unidos ainda são o segundo parceiro comercial do Brasil e as exportações para aquele país seguem caindo desde agosto.
Os efeitos são mais ou menos danosos dependendo da região, mas claramente o setor mais impactado é a indústria de transformação. No Grande ABC, as exportações de outubro foram reduzidas em 51,5% em relação ao mesmo mês de 2024, o que impõe desafios às empresas exportadoras, principalmente as relacionadas ao ramo metalúrgico.
Os impactos do tarifaço, associados à manutenção da taxa básica de juros do Brasil em 15%, começaram a se refletir no nível de emprego. No mês de outubro, houve saldo negativo de empregos formais na indústria brasileira de transformação, com a perda de 11,7 mil postos de trabalho. Na região do Grande ABC, a retração foi de 493 empregos neste grande setor da economia regional.
Esse contexto reforça a relevância dos esforços do governo federal relacionados à abertura de novos mercados externos, mas também a importância de avanços no desenvolvimento produtivo e tecnológico da nossa indústria, com a redução dos juros e ampliação de recursos para a reindustrialização da economia brasileira.
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