Reconhecer o racismo já é avanço
O racismo é fato e reconhecê-lo é o primeiro passo para combatê-lo. No governo Lula, diversos negros ocupam cargos-chaves e de suas políticas espera-se uma dinâmica de promoção da igualdade racial
A representação do negro no cenário político e sua participação no primeiro escalão do governo federal é expressiva. Benedita da Silva, no Ministério da Assistência e Promoção Social; Gilberto Gil, no Ministério da Cultura; e Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente.
O voto com classe e raça, elegeu no Rio Grande do Sul o senador Paulo Paim e, em São Paulo o deputado Vicentinho. Para o Conselho de Desenvolvimento Econômico foi indicada Sueli Carneiro e para o Conselho de Segurança Alimentar foi indicada Maria Aparecida Bento.
Para a socióloga Gevanilda Santos, professora na PUC e coordenadora da Soweto Organização Negra, essa novidade anuncia que para além das representações políticas há a vontade política de empreender maior dinâmica na ação governamental do conjunto dos ministérios e promover a igualdade racial. Para ela, a criação da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial, combinará política pública com recorte de raça. A indicação de uma mulher negra, Matilde Ribeiro, para dirigir a Secretaria é uma grata surpresa.
Mais uma conquista do Movimento Negro Brasileiro que beneficiará toda sociedade. Matilde foi assessora das comissões de mulheres e negros do nosso Sindicato. A Secretaria, segundo Matilde, terá o papel de articular o conjunto dos ministérios e coordenará as ações de governo na promoção da igualdade racial e também o diálogo com a sociedade civil.