Reconhecimento
Recém-formado, um engenheiro mecânico ingressa em uma montadora. Seu superior já avisa: aqui só fica quem se especializa. Eram os anos 90 e começava a aparecer a moderna injeção eletrônica de combustível. Não demoraria para chegar aos caminhões, pois já existia lá fora.
Alguns cursos de pós aqui e ali, engatou a segunda faculdade, agora de eletrônica, fazendo especialização exatamente em injeção eletrônica. ہ época, era um dos raros com esta dupla capacitação.
A injeção diesel veio, toda importada. Andando por este aglomerado de trilhas, buracos e climas que chamamos de Brasil, começaram os defeitos.
A ordem da matriz era germânica: desmonte tudo, troque tudo, mande pra cá. A investigação do que acontecia com aquela perfeita injeção além submetida ao Brasil não seria feita aqui. Mas era a oportunidade da vida do nosso engenheiro, lembra?
Ele já tinha cerca de 10 anos de casa, então mandou comunicação para a matriz, do seu histórico profissional, das suas qualificações, mostrou estar disposto a ajudar no problema. Era pra isso que ele estava ali.
A resposta foi tão germânica quanto a anterior: sem talvez, sem considerações, sem nada.
Negação, raiva, frustração… até ver que o seu superior estava errado: nem sempre quem fica é o mais capacitado. Nem sempre você consegue a sua chance de brilhar.
Meses depois foi demitido e entrou em depressão, tendo sido atendido por um colega no DST.
Nem sempre você vai ter sua chance de ser reconhecido no seu trabalho. Muitas vezes, os mais aplaudidos são justamente os menos empenhados e capazes. Seja bom profissional por você e por aqueles que lhe são caros. A vida vai te bater sempre, você é que tem de se levantar.
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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente