“Recriação do Ministério do Trabalho nada tem a ver com a retomada de política voltada à classe trabalhadora”
Bolsonaro anunciou a recriação do Ministério do Trabalho e nomeou Onyx Lorenzoni para chefiar a pasta. A medida foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União. A extinção do Ministério, como uma afronta à classe trabalhadora, foi um dos primeiros atos do governo em janeiro de 2019.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, lembrou que quando extinguiu o Ministério do Trabalho Bolsonaro acabou com um espaço de diálogo com a classe trabalhadora, criado em 1930, e destacou que essa é uma medida eleitoreira.
“Essa anunciada recriação nada tem a ver com a retomada de uma política voltada ao trabalho e à classe trabalhadora. É somente uma medida com fins eleitorais, voltada às eleições de 2022”, analisou.
Sérgio ressaltou ainda que como Bolsonaro está desesperado ante as pesquisas e os desdobramentos da CPI da Covid, busca alocar mais apoiadores dentro do governo e garantir, assim, votos e aprovação às suas ações desastrosas, além de assegurar que os pedidos de impeachment sejam mantidos no fundo da gaveta do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
“Mais uma vez Bolsonaro se vale da criação de uma pasta, como fez em 2020, de forma fisiológica, e com isso vai quebrando mais uma das suas poucas e ineficazes promessas de campanha, ele prometeu reduzir número de ministérios a 15 e hoje já tem 23”, concluiu.
Centrão
Onyx Lorenzoni era ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. Com sua ida para o novo ministério, Luiz Eduardo Ramos assume a Secretaria-Geral.
A Casa Civil, que era ocupada por Ramos, passa a ser chefiada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). Expoente do chamado centrão, grupo de partidos rechaçado por Bolsonaro durante a campanha.