Rede de corrupção desviou pelo menos R$ 157 milhões
A Polícia Federal prendeu 49 pessoas ligadas aos maiores partidos políticos do Brasil.
Em uma de suas mais
ousadas operações, na última
quinta-feira a Polícia Federal
(PF) começou a desbaratar
uma quadrilha especializada
em desviar verbas públicas
em vários Estados do País.
Até o momento, estima-se
que o dinheiro manipulado
pelos envolvidos atinja a cifra
de R$ 157 milhões, mas esse
valor pode subir.
A ação recebeu o nome
de Operação Navalha. Com
o auxílio de escutas telefônicas
autorizadas pela Justiça, a
PF prendeu 49 pessoas ligadas
aos maiores partidos políticos
do Brasil. Entre os detidos
estão o ex-governador
do Maranhão, José Reinaldo
Tavares; dois sobrinhos do
atual governador do Estado,
Jackson Lago (ele próprio
acusado de receber R$ 250
mil); secretários e altos funcionários
do governo de Alagoas;
prefeitos da Bahia; o
filho do ex-governador de
Sergipe, João Alves; servidores
públicos do primeiro escalão
em Brasília; e várias outras
autoridades.
Tudo girava em torno da
empreiteira Gautama, sediada
em São Paulo e com filiais
no Nordeste. Seus funcionários
manipulavam as concorrências
para fraudar obras
públicas dos governos federal
e estaduais com a ajuda de
políticos e autoridades. Em
pagamento, estes recebiam
propinas e presentes. O proprietário
da Gautama, Zuleido
Veras, seu filho Rodolpho
e diversos funcionários
da empresa também foram
detidos.
Esta foi a 49º operação
realizada pela Polícia Federal
apenas neste ano. Nessas
ações já foram presas 682
pessoas, fato inédito no Brasil.
Afinal, se a corrupção é
um mal que ataca todos os
países do mundo, sem exceção,
pela primeira vez ela é
combatida com tanta firmeza
no País. O grande número
de prisões não significa
que o sistema político esteja
pior. Significa que hoje a Polícia
Federal recebe apoio
para mandar também os ricos
para a cadeia.