Redes fortalecem economia solidária

Começa hoje o congresso da Unisol Brasil com o objetivo de discutir propostas para a economia solidária como instrumento de inclusão econômica e social. Entre elas, as redes que unem cooperativas em todas as fases da produção. Quando foi fundada, há dois anos, a Unisol Brasil reunia 82 cooperativas. Hoje são 180 com cerca de 8 mil cooperados.

Com a presença de representantes de mais de 160 cooperativas e empreendimentos solidários, a Unisol Brasil realiza entre hoje e amanhã o seu primeiro Congresso, em São Bernardo.

O congresso vai eleger a nova diretoria da entidade, discutir propostas para a economia solidária como instrumento de inclusão econômica e social e definir políticas que gerem trabalho decente.

A Unisol Brasil nasceu há dois anos a partir da Unisol São Paulo, que reunia 82 empreendimentos solidários aqui no Estado. Hoje, ela conta com 180 cooperativas, que possuem cerca de 8 mil cooperados.

“Esse crescimento mostra o quanto a economia solidária se desenvolve no País”, comemora o secretário-geral da Unisol Brasil, Arildo Mota Lopes.

Ele lembra que o fortalecimento da entidade significa o fortalecimento de cada um dos empreendimentos que recebem apoio da Unisol Brasil.

Economia solidária é o conjunto de atividades econômicas organizadas na forma de autogestão, que é o controle do processo de produção pelos próprios trabalhadores. São eles que também decidem, de forma coletiva, o destino do produto.

Redes solidárias dinamizam sistema

A Unisol Brasil tem apoiado as cadeias e redes solidárias, que reúnem cooperativas em todas as fases produtivas.

A mais antiga é a Justa Trama, cadeia solidária do algodão agroecológico, que começa com a plantação do produto no Ceará por cerca de 200 famílias.

Depois de colhido e beneficiado, o produto vem para São Paulo, onde uma cooperativa faz o fio e outra, a partir do fio, faz o tecido.

Esse tecido segue para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde são confeccionados produtos como calção, boné, camiseta, blusa e jaqueta.

“Temos cerca de 700 cooperados envolvidos nesse processo”, comentou Arildo. Ele disse que o programa Globo Repórter de hoje à noite vai mostrar o funcionamento da Justa Trama.

A Unisol Brasil também apóia a cadeia da semente, desenvolvida por indígenas e a população ribeirinha da região Norte.

Eles colhem e tratam sementes para serem usadas em miçangas, colares e brincos e enfeitarem calças e blusas.

Com o apoio da Unisol, as sementes estão passando por um processo de certificação, o que aumenta seu valor no mercado.

Agora, o pessoal dessas cooperativas também está aplicando as sementes nas roupas da Justa Trama. “Essas iniciativas agregam valores aos produtos e aumentam o rendimento dos cooperados”, disse Arildo.

Existem também a rede do mel no Ceará, Piauí e Pernambuco, a cadeia Renasce, que fabrica navios e vagões de trem e a rede de reciclagem, organizada a partir de centrais de reciclagem no Paraná.