Redução da jornada: 42 mil vagas no ABC
Estudo do Dieese mostra que a redução da jornada para 40 horas semanais teria potencial para criar 41.700 postos de trabalho nas cidades da região.
O estudo leva em conta que, dos 553 mil trabalhadores que estão no mercado formal, com carteira assinada, 417 mil trabalham entre 41 e 44 horas semanais.
“Com a redução da jornada, as empresas teriam de contratar 7,5% do total de empregos formais para elas manterem o mesmo nível de produção”, explicou o economista Cássio Calvete.
O estudo do Dieese coloca no papel os resultados da Proposta de Emenda Constitucional que tramita na Câmara Federal reduzindo a jornada de trabalho, porém mantendo o mesmo salário.
O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, Adi do Santos Lima, disse que é preciso aliar a redução da jornada com o controle da hora extra e uso do banco de horas.
Ele lembrou que depois da Constituição de 1988, que reduziu a jornada de 48 para 44 horas semanais, dobrou o número de trabalhadores fazendo hora extra. “Se não tiver controle da hora extra, na prática a jornada semanal pode até aumentar”, avisou ele.
Adi disse que o mercado só vai absorver a mão-de-obra desempregada se aliar redução da jornada com crescimento econômico anual entre 5% a 6% ao ano.
Pelo estudo do Dieese, o corte de quatro horas na jornada semanal poderia criar 1,8 milhão de vagas no País. Se essa proposta fosse combinada com a eliminação da hora extra e do banco de horas, outros 1 milhão de empregos seriam criados.