Redução de tarifas: Sindicato alerta Palocci
Em carta ao ministro da Fazenda, Sindicato diz que idéia de reduzir imposto de importação gera desemprego e reivindica a participação da sociedade em medidas desse tipo.
Um firme protesto contra a proposta de redução das tarifas de importação feita pelo Ministério da Fazenda foi encaminhado ontem pelo Sindicato em carta ao próprio ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
Depois de lembrar o desastre social e econômico produzidos por medidas idênticas, adotadas sob protesto do movimento sindical e da sociedade na década passada, o Sindicato rejeita com ênfase a nova proposta e defende seu debate por trabalhadores e empresários.
E alerta sobre o risco de sua adoção provocar nova crise, com outra onda de desemprego e fechamento de fábricas.
Cópias do documento foram encaminhadas para o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid; a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff; o ministro do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio, Luiz Fernando Furlan; o ministro do Exterior, Celso Amorim; o ministro do Trabalho, Luiz Marinho; o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, e o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner.
Leia abaixo um resumo da carta:
“Nos anos 90, os governos Collor e FHC impuseram uma abertura indiscriminada à importação, provocando um dos maiores desastres econômicos da história do país, com o desemprego de milhões de trabalhadores, fechamento de milhares de fábricas e sucateamento de setores inteiros.
Repetindo essas medidas combatidas pelo movimento sindical e pela sociedade brasileira, o Ministério da Fazenda propõe agora nova redução das taxas de importação em setores fundamentais para o crescimento e desenvolvimento econômico do País, como o automotivo, o eletroeletrônico, o de equipamentos agrícolas e outros.
Diante disso, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, mais uma vez visando os interesses legítimos dos trabalhadores e da sociedade, rejeita com ênfase essa proposta. O Sindicato acredita que um país que busca construir um governo comprometido com seu povo deve vincular os interesses econômicos aos sociais.
A redução das tarifas de importação vai em direção oposta a essa idéia e deve desencadear nova crise, ameaçando os empregos e o desenvolvimento econômico.
Por isso, os metalúrgicos do ABC não admitem que esta abertura indiscriminada ocorra sem negociação com trabalhadores e empresários e insistem na necessidade de envolver a sociedade no debate deste projeto.
O Sindicato reafirma que, de forma alguma, aceitará propostas que eliminem postos de trabalho”.