Referendo: Em debate um modelo de segurança
Qualquer política de controle de armas não é uma resposta definitiva à violência, mas representa uma importante medida na luta contra a criminalidade. Essa é a opinião do coordenador do Instituto Sou da Paz, Denis Mizne, ao defender o referendo como uma oportunidade dos brasileiros debaterem o modelo de política de segurança que o Brasil quer.
Segundo ele, até 2003 a venda de armas no Brasil sempre foi livre e a criminalidade só subiu. “A arma que mata é a arma que um dia foi vendida legalmente”, aponta Mizne, afirmando que existe uma relação direta entre o número de armas em circulação e o número de mortes.
“Ao dificultar o acesso às armas, o Brasil verá diminuir os casos de morte, especialmente aquelas consideradas acidentais ou banais”, prevê.
“É falsa a sensação de que a pessoa de bem armada se sente mais segura. O que na verdade ela faz é oferecer sua arma para o crime”, afirma Mizne, ao citar relatórios das secretarias de segurança de São Paulo e Rio de Janeiro, demostrando que por volta de 85% das armas apreendidas nos dois estados eram revólveres de fabricação nacional vendidos legalmente e que foram para as mãos de bandidos.