Reflexões e Ações
As questões levantadas nas nossas últimas duas colunas sobre o sofrimento no trabalho e as LER / DORT e as dificuldades de conciliar as exigên-cias crescentes de produtividade com o envelhecimento no trabalho e o acesso a aposentadoria, nos remetem a uma questão: o que fazer?
>> Redução da jornada de trabalho
Ela é fundamental para a preservação da saúde e da vida no trabalho. Reduz o tempo a que somos submetidos a situações que exigem alto desempenho, ritmo acelerado e concentração, e que nos levam a ultrapassar de modo prolongado e contínuo nossos limites pessoais.
Em vários países a redução da jornada de trabalho para 30 ou 35 horas semanais permitiu ganhos de produtividade e qualidade para a empresa, diminuiu os impactos do trabalho sobre a saúde e melhorou a vida das pessoas.
>> Negociar contrapartidas
Cada vez mais aumenta a pressão das empresas para negociar redução de custos, aumento de produtividade, flexi-bilização de jornadas, trabalho em turnos, absenteísmo e qualidade.
É a oportunidade para negociar contrapartidas como melhoria dos postos, do ambiente e da gestão do trabalho, mais liberdade para discutir metas, ritmo, repetitividade, conteúdo do trabalho, pausas e folgas. Além disso, garantir acesso constante a reciclagem e aos conhecimentos das novas tecno-logias e processos de trabalho.
Essas são alternativas mais difíceis que a compensação financeira, mas podem trazer ganhos para os trabalhadores em relação a lógica do “topamos tudo por dinheiro”.
>> Atuação no chão de fábrica
Esse é o ponto de partida para todo esse trabalho.
Fortalecer a disputa ideológica de forma qualificada através da organização sindical na base, daria ao trabalhador alternativas concretas às políticas de cooptação, envolvimento e comprometimento usadas tão habilmente pelas empresas, e que levam à perda da individualidade e da identidade, dos desejos e da própria vida de tantos companheiros.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente