Reforma da Previdência: Judiciário não terá privilégios
“A Constituição não prevê a existência de um sistema previden-ciário exclusivo para juízes. Nossa reforma também não. Portanto não há nenhum entendimento nesse sentido”. Essa foi a resposta do ministro Ricardo Berzoini (foto) ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, após encontro em que este pediu tratamento diferenciado aos juízes na reforma da Previdência.
Há uma semana, membros do Judiciário realizaram atos de protesto em 22 Estados, reunindo 3.500 pessoas contra mudanças em suas aposentadorias e aprovaram pauta de reivindicações para tentar barrar o risco de perder benefícios.
Hoje, um aposentado do setor privado ganha cerca de 380 reais por mês, enquanto os servidores do Judiciário recebem em média 8.000 reais na aposentadoria. Como a reforma propõe teto de 2.400 reais para todos, o pessoal do Judiciário, que atualmente se aposenta com salário integral, não aceita qualquer mudança.
Corrêa serve de exemplo. Ele embolsa 29.000 mil reais mensais, de duas aposentadorias mais os 17.000 reais do STF. Em maio, completará o tempo de serviço dele no Tribunal e ele continuará recebendo os 29 mil. Com a reforma, passaria a ganhar 2.400 reais. O ministro e todos juízes, procuradores, promotores etc. Este é o motivo da bronca.