Reforma sindical: De CIPA para Comissão de Saúde
Uma das reivindicações das centrais de trabalhadores na reforma sindical é o fim das CIPAs e sua substituição por Comissões de Saúde no Trabalho.
“Os trabalhadores precisam de autonomia para propor um ambiente de trabalho saudável e isso não é possível com o modelo de CIPA que temos”, disse Mauro Soares, diretor de Saúde do Sindicato.
Ele explicou que a CIPA tem papel de fazer levantamentos pontuais sobre prevenção de acidentes no trabalho e depois faz reivindicação de melhorias através de atas. Além disso, a CIPA tem representação mista, metade indicada pela empresa e metade escolhida pelos trabalhadores.
Mauro disse que, por causa da relação de poder existente na fábrica, quem determina a atuação da CIPA é sempre a empresa.
Pela proposta das centrais sindicais, a Comissão de Saúde no Trabalho é formada só por representantes dos trabalhadores, com autonomia para elaborar e propor melhorias nos ambientes de trabalho, interlocução com a direção das empresas e estatuto negociado.
“Discutir saúde do trabalhador é discutir processos organizacionais, e hoje os trabalhadores nem têm acesso às informações necessárias para essa discussão”, defende Mauro. Ele disse que o Fórum Nacional de Trabalho está concluindo uma proposta sobre os grandes temas da reforma sindical, e só depois serão negociados temas específicos como saúde do trabalhador.
Mauro acredita que os empresários vão reagir à proposta de criação da Comissão de Saúde no Trabalho. “Eles sempre são contrários à organização dos trabalhadores, ainda mais no próprio local de trabalho. A luta será difícil mas vamos enfrentá-la”, concluiu.