Reforma Sindical: Maioria dos sindicatos não está preparada
>> Os sindicatos da Federação estão preparados para a nova estrutura sindical?
A grande maioria ainda não está, inclusive politicamente. Muitos não perceberam a necessidade de terem organização no local de trabalho e se sustentarem principalmente com as mensalidades associativas.
>> Por que ter uma nova estrutura antes da reforma ser aprovada?
Não podemos esperar a decisão do Congresso Nacional. Nossos sindicatos devem ser fortes e representativos agora, para não serem pegos de surpresa quando a reforma for aprovada.
>> As outras instâncias da CUT já fazem o mesmo debate?
Nosso Congresso será o primeiro dentro da Central a debater o tema. As demais instâncias (federações e confederações) terão grandes dificuldades se forem esperar a aprovação da reforma para ver como irão sobreviver
>> Será tranquilo o debate neste Congresso?
Acho que será um debate acalorado. Existem divergências naturais, mas a expectativa é convencer nossos dirigentes para a necessidade de mudar.
>> Além de preparar os sindicatos para a nova estrutura, qual papel reservado à Federação?
Ela terá de se transformar no sindicato estadual. Nesse período de transição queremos implementar um estatuto padrão a todos os sindicatos, que contemple a organização no local de trabalho, pelos Comitês Sindicais de Empresa, sindicato de base, sindicato estadual e até o nacional.
>> Mas a Federação já não é esse sindicato estadual?
Não, hoje a Federação apenas negocia em nome dos sindicatos. Recentemente é que fizemos alguns acordos coletivos para as bases, como o acordo de proteção às prensas e o acordo que determina pisos único e jornada de 40 horas em todas as montadoras.
>> Se antecipar à reforma é ir a outras bases disputar a representação?
Essa disputa ainda não será possível fazer antes da reforma. A atual estrutura sindical, que queremos mudar, impede essa representação.
>> Qual outro tema importante do evento?
Queremos debater a participação dos metalúrgicos nas eleições municipais, de como apoiar os candidatos do campo democrático e popular comprometidos com as causas dos trabalhadores.