Reforma sindical: Para completar a democrática
Luiz Marinho (foto), presidente do Sindicato e candidato à presidência da CUT, afirma que a reforma trabalhista fecha o ciclo de consolidação do processo de democratização no Brasil. Em 1984, quando a Central Única dos Trabalhadores realizou seu primeiro congresso, em São Bernardo, essa reforma foi reivindicada.
Só que o governo de então, através do ministro do Trabalho, Murilo Macedo, sequer ouviu a proposta. Pior: ameaçou prender os sindicalistas que participaram do congresso por considerá-lo subversivo. O governo atual, ao contrário, encaminhará o projeto das mudanças trabalhistas para o Congresso Nacional. Essa foi a principal conquista da CUT nestes 19 anos. Organizar os trabalhadores para que os poderes constituídos ouçam e atendam as reivindicações da classe.
No congresso seguinte ao de fundação (em 1986, no Rio de Janeiro), a central afirma sua autonomia em relação ao Estado e aos partidos. O tema voltará a debate no encontro atual, aberto ontem à noite em São Paulo. Em 88, o 3 º congresso é realizado em Belo Horizonte e elege Jair Meneguelli presidente da Central pela terceira vez consecutiva.
O 4º congresso (de 1991, em São Paulo) é marcado por profundas discussões internas e perde a oportunidade para definir uma política de enfrentamento ao neoliberalismo.
No encontro seguinte (1994, também em São Paulo), o erro é corrigido e pela primeira vez a CUT aprova apoio informal a Lula.
O 6º Congresso (1997, em São Paulo) define uma política de firme oposição a FHC, decisão confirmada no encontro seguinte (2000-Serra Negra).
A decisão foi acertada e Luiz Inácio Lula da Silva, um dos fundadores da Central, é eleito presidente da República em 2002.