Região, Meio Ambiente e Política Industrial estarão em debate no Congresso

A Tribuna avança na série de reportagens sobre os 12 temas que serão debatidos no 8º Congresso dos Meta­lúrgicos do ABC, de 14 a 16 de maio, na Sede. Nesta edição, Ações e Políticas Regionais, Meio Ambiente e Cadeia Automobilística e Política Industrial.

 

O coordenador geral do Sistema Único de Representação, o SUR, e do CSE, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba, fala so­bre Política Industrial.

Tribuna Metalúrgica – Por que os Metalúrgicos do ABC defendem uma política que fortaleça o desenvolvi­mento industrial?

Paraíba – Para uma socieda­de alcançar melhor padrão de vida é necessária uma indústria forte e sólida. A indústria de transformação ocupa um lugar central na consolidação de um projeto de crescimento econômico sustentável e de desenvolvimento social que responde a 13% do Produto Interno Bruto (PIB), emprega 17% dos trabalhadores formais e gera maior arrecadação de receitas para mu­nicípios, Estados e União.

TM – O Sindicato sempre participou dessas discussões?

Paraíba – Ativamente. Estivemos na iniciativa pioneira das Câmaras Setoriais na década de 1990, prosseguimos com a presença nos Fóruns de Competitividade e nos debates das duas políticas industriais no governo Lula.

TM – E no primeiro mandato da presidenta Dilma?

Paraíba – Nossa participação foi decisiva nas discus­sões sobre os rumos da política industrial – conhecida como Plano Brasil Maior – com especial dedicação na elaboração do novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto.

 

O vice-coordenador do CSE na Volks, Wagner Lima, explica sobre Ações e Políticas Regionais.

Tribuna Metalúrgica – Quando começaram os debates sobre ações regionais no cotidiano dos Metalúrgicos do ABC?

Wagner – Nos anos 1980, quando a entidade se definiu como Sindicato Cidadão, transformou as políticas em bandeiras de luta e as disseminou nas negociações.

TM – Como as políticas regionais estão divididas depois da criação do Consórcio Intermunicipal e a Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC?

Wagner – Em dois contextos. No primeiro, o atendi­mento de pautas históricas constantes na Carta do ABC entregue ao presidente Lula em 2003, como a construção da Universidade Federal do ABC. E o segundo está rela­cionado à mudança de cenário com a crise mundial de 2008-2009, que indica um novo rumo para a economia regional. Mais uma vez o Sindicato assumiu a liderança de um processo que resultou na realização do seminário “ABC do Diálogo e do Desenvolvimento”.

TM – De que forma ressaltar a presença do Sindicato nesses projetos?

Wagner – Os Metalúrgicos do ABC sempre acompanharam as políticas capitaneadas pela Agência de Desenvolvimento Econô­mico e pela Prefeitura de São Bernardo. Vários resultados já foram obtidos, como a implantação do Pronatec para a formação dos trabalhadores e a participação no Arranjo Produtivo Local (APL) de Ferramentaria e de Defesa.

 

O coordenador geral do CSE na Mercedes, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, fala sobre Meio Ambiente e Cadeia Automobilís­tica.

Tribuna Metalúrgica – Por que Meio Ambiente e Cadeia Automobilística faz parte dos debates?

Max – Lidar com a con­tradição entre desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente é central para os metalúrgicos na cadeia automobilística. Em meio a este debate acirrado, o processo de produção do automóvel é questionado por seu impacto negativo sobre os recursos naturais.

TM – Como o novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto, atua neste contexto?

Max – O Inovar-Auto forçou as montadoras a in­vestirem em motores mais eficientes e a implantarem tecnologias de conservação de energia, colocando nossos veículos na rota tecnológica automobilística mundial.

TM – E o que mais faz parte da pauta do Sindicato quan­do diz respeito à harmonização entre meio ambiente e desenvolvimento econômico?

Max – O incentivo ao veículo híbrido e elétrico, a renovação da frota de caminhões e ônibus e o aumento do investimento em transporte público e de cargas no Brasil. Ações como estas são exemplos de que é possível defender o emprego e a renda do trabalhador do setor sem abrir mão de debater as melhores alternativas para o crescimento econômico, o desenvolvimento social e o equilíbrio ambiental.

 

Da Redação