Região pode recuperar emprego na indústria em junho
Avaliação vem acompanhada do resultado positivo gerado pelo setor industrial em março deste ano
O setor industrial anda a todo vapor e apresentou crescimento de 2,8% na passagem de fevereiro para março deste ano. Pelo menos é o que aponta pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), demonstrando que após quatro meses de expansão, o setor rendeu ganhos de 5,7%. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, dentro de um mês o emprego na industria voltará aos mesmos patamares registrados antes da crise financeira internacional.
De acordo com Sérgio Nobre, o ano confirma o que foi previsto no último trimestre de 2009. A maior parte da produção na industria foi puxada pelos veículos automotores (10,6%), que superaram a perda de 5,6% acumulada nos últimos quatro meses. “O setor automobilístico tem fundamental importância, tendo em vista que ele gera a maior parte da riqueza de nossa Região. Por isso, estamos cobrando mais proteção no setor de autopeças”, informou.
Para o economista da Fundação Santo André, Ricardo Balistiero, a produção está rodando no mesmo patamar do cenário pré-crise. Conforme explicou, a crise do ponto de vista industrial sem dúvida já foi superada. Tanto a subida da taxa de juros e a retirada do estímulo fiscal são sintomas de que a industria conseguiu alguma recuperação. “A industria automobilista foi o grande destaque de março e o ABCD tem papel fundamental quando o crescimento industrial é avaliado”, ressaltou.
Diferente do índice positivo apresentado pela indústria, o emprego no setor cresceu abaixo da média. Para Balistiero, o fato do emprego não ter acompanhado o avanço industrial, não significa que ele não esteja em uma trajetória de alta. Isso porque o País registrou o menor índice de desemprego na economia, nos últimos 10 anos. O economista esclareceu ainda que há um componente de estímulo fiscal muito forte dado pelo governo brasileiro e isso pode aumentar a produção sem necessariamente gerar emprego.
O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, disse que sentiu uma diminuição no número de demissões na mão de obra industrial e em outros setores da economia, apontando uma certa segurança para o empresariado e o próprio trabalhador. “A crise financeira passou ao lado do setor químico, o que tem possibilitado o crescimento deste segmento, além dos investimentos necessários”, avaliou.
No acumulado do ano houve avanço de 18,1% em relação ao mesmo período em 2009. O avanço de 19,7% observado no mês de março, também em relação a período correspondente no ano anterior, foi o maior registrado desde abril de 1991. A justificativa para os números positivos é a indústria ter praticamente zerado as perdas geradas com a crise econômica.
Da redação com ABCD Maior