Regime automotivo atende propostas do Sindicato

Diversas das medidas anunciadas pela presidenta Dilma consta de estudo dos Metalúrgicos do ABC entregue ao governo federal


Foto: Rossana Lana / SMABC

O Plano Brasil Maior – conjunto de medidas de incentivo à indústria e em particular à cadeia automotiva anunciadas na semana passada pela presidenta Dilma –, atende e incorpora a maioria das reivindicações e propostas feitas pelo Sindicato. (Veja quadro abaixo)

Elas estão no entitulado Novo Regime Automotivo – Proposta dos Metalúrgicos do ABC, que contém 13 sugestões para o setor e foi entregue ao governo federal em agosto de 2011, como colaboração da categoria para a defesa dos trabalhadores e seus empregos e o desenvolvimento, expansão e fortalecimento do parque automotivo nacional.

O documento traz uma análise do papel da indústria automotiva para o Brasil e no cenário mundial, destacando o País como o 4º consumidor de veículos do mundo. E destaca que esta posição está ameaçada pela enxurrada de importações que vem se verificando nos últimos anos.

Só para se ter uma ideia, caso as 634,8 mil unidades importadas em 2010 fossem produzidos aqui, teriam sido gerados nas montadoras cerca de 20,5 mil novos empregos, aponta o estudo.

Com base nesse e em outros pontos, que refletem a macroeconomia brasileira e mundial da indústria, uma nova política foi sugerida para fortalecer o conteúdo nacional e, consequentemente, os empregos no Brasil.

Para explicar as ações incorporadas no Plano Brasil Maior, a Tribuna Metalúrgica publica, a partir de hoje, uma série de matérias e como as medidas terão impacto direto nas montadoras, autopeças e no setor de caminhões e ônibus.

Plano quer montadoras com maior conteúdo nacional
O Novo Regime Automotivo propõe uma nova forma de pensar a indústria do setor e contribuir para o seu crescimento, com garantias de defesas do emprego e da produção nacional.

Uma das medidas autoriza o desconto gradativo do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), com critérios estipulados a partir da utilização de produtos nacionais da cadeia produtiva e abatimentos por utilização de tecnologia, engenharia, pesquisa e inovação de até 2%.

“Essa medida privilegia o conteúdo nacional. É bom para toda a cadeia automotiva e faz com que a indústria desenvolva pesquisas com base no País, utilizando a capacidade local. É um estímulo para a produção e o conhecimento”, afirmou Wagner Santana, o Wagnão, secretário-geral do Sindicato.

Ele lembrou que o Novo Regime prevê que oito das doze etapas de produção de veículos leves sejam nacionais, ou seja, realizadas no Brasil.

“Precisamos manter o que já existe em algumas fábricas, que realizam todas as etapas de produção no País, e deixar de fora as empresas que pretendem trabalhar só com CKD, as linhas de montagem com peças não produzidas aqui”, concluiu.

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Da Redação