Regime endurece ainda mais

A partir daí, pipocam por todo o Brasil atos e manifestações de rua puxadas pelos estudantes com apoio de trabalhadores, setores da classe média, clero progressista e grupos de esquerda .

No dia 13 de dezembro de 1968 os militares dão a resposta e decretam o Ato Institucional número 5 (AI-5). Foi um golpe dentro do golpe, que deixou ainda mais feroz a ditadura no País, transformando-a na pior de sua história. Mais uma vez, como em 64, as forças populares e progressistas não conseguiram articular uma reação.

Entre outros pontos, o AI-5 acabou com a liberdade de imprensa, instituiu a censura nas artes e espetáculos, suprimiu o direito de greve, suspendeu o habeas corpus, colocou o Congresso Nacional em recesso por tempo indeterminado, interveio em sindicatos e adotou várias outras medidas ditatoriais. As trevas totais acabavam de encobrir todo o País. Seriam necessários 17 anos para livrar-se delas.

Grupos de oposição, levados pela impossibilidade de combater o governo por meio de palavras, resolveram organizar movimentos guerrilheiros para tirar os militares do poder pela força das armas. Estava instalada a guerrilha urbana no Brasil. Os organismos de repressão caíram como feras sobre ela. Poucos militantes sobreviveram.