Reino Unido anuncia cortes de gastos sociais
Na quarta-feira, cerca de três mil pessoas protestaram em Londres, em frente ao Parlamento, ficando a promessa de greves e mais protestos a nível nacional.
Foto LUSA/EPA/Andy Rain
O Ministro de Finanças do Reino Unido, George Osborne, anunciou novas medidas para reduzir a conta da assistência social do país, revelando planos para cortar os pagamentos de benefícios para famílias desempregadas e retirar a ajuda para crianças de famílias de renda mais alta. O plano ocorre num momento no qual o governo britânico pretende reduzir um déficit orçamentário de £ 155 bilhões por meio de cortes. Esse será um dos maiores cortes no gasto social desde a Segunda Guerra.
As medidas, que entrarão em vigor em 2013, afetarão mais de 1 milhão de famílias e resultarão numa economia de mais de £ 1 bilhão (US$ 1,58 bilhão) por ano.
Os cortes provavelmente acabarão com a situação em que famílias sem trabalhadores adultos possam viver nas áreas mais caras de cidades, como Londres, nas quais a média das famílias do país não consegue morar. Vários benefícios, incluindo auxílio por incapacidade, serão excluídos.
Essas medidas afetarão cerca de 50 mil famílias que ganham mais de £ 26 mil por ano – o salário médio da família britânica -, disseram assessores de Osborne.
O ministro também anunciou que o governo cortará os pagamentos de benefícios para crianças de famílias que recebem salário acima da média do rendimento das famílias britânicas, afetando 1,2 milhão de famílias que ganham pelo menos £ 44 mil por ano. A mudança resultará numa economia de £ 1 bilhão ao ano.
As decisões foram confirmadas no discurso de Osborne na conferência do Partido Conservador, do premiê David Cameron, a primeira desde que o partido retomou o poder do país em maio.
Segundo Osborne, as medidas vão ajudar a assistência social do Estado a “ganhar a confiança do povo”, refletindo “o senso de ética britânico”. No discurso, o ministro afirmou também que o governo não voltará atrás sobre as medidas de austeridade propostas e acusou o opositor Partido Trabalhista de se recusar a enfrentar o problema do déficit ao proteger “interesses instalados” nos sindicatos.
Ele também alertou os bancos de que não será permitida a distribuição “sem restrições” de pagamentos de bônus e sugeriu novos aumentos do limite para o pagamento de imposto de renda.
Cameron afirmou que a economia britânica agora está “fora da zona do perigo” e prometeu que as tropas britânicas terão todos os recursos necessários para combater o talibã no Afeganistão, apesar dos planos de drásticos cortes de gastos. “Nós daremos tudo de que nossas tropas no Afeganistão precisam”, disse.
Do Valor Econômico