Reino Unido registra primeira morte por ômicron; Brasil já registrou 11 casos
Nova variante se propaga ‘num ritmo extraordinário” no Reino Unido, dizem as autoridades. Segundo o ECDC, até o meio de ontem foram confirmados 1.686 de ômicron nos países da União Europeia
O número de casos de Covid-19 ligados a variante ômicron do novo coronavírus se espalha pelo mundo e o Reino Unido registrou o primeiro caso de morte conhecido no mundo, segundo informou, nesta segunda-feira (13), o primeiro-ministro Boris Johnson. A nova variante se propaga “num ritmo extraordinário” no país e já responde por 40% dos casos detectados em Londres, dizem as autoridades locais.
Somente no domingo (12), 1.239 novos casos da ômicron foram confirmados no país, elevando o total para 3.137 – 65% a mais que os 1.898 acumulados até o dia anterior. O Reino Unido detectou os primeiros casos da variante no país em 27 de novembro.
A ômicron é considerada de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) porque tem pelo menos 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína “spike” (a “chave” que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).
Vários países também estão registrando aumento no número de casos de Covid-19 desde que a nova cepa foi identificada por pesquisadores da África do Sul e informada a OMS em 24 de novembro.
Só o continente africano é responsável por 46% dos casos da variante ômicron da Covid-19 em todo o mundo, segundo a OMS. Na África do Sul, os casos aumentaram 93% em uma semana, mas poucos foram graves.
Na Europa, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) alertou que até o meio dia desta segunda foram confirmados 1.686 casos de contaminação pela ômicron – 920 a mais do que no domingo (12).
O ECDC reúne dados dos países da União Europeia (UE), Islândia, Noruega e Liechtenstein.
De acordo com o documento, a maioria dos casos se deve a uma mudança na contabilização da Noruega. Até agora, este país seguia os mesmos critérios dos demais: considerar como “confirmados” somente os casos com sequenciação genética e “prováveis” aqueles com um teste de PCR que tenha levantado suspeita sobre a ômicron – alguns exames de PCR podem antecipar o resultado com bastante confiabilidade, segundo a análise de determinadas partes do vírus – relativa aos contatos estreitos de um caso confirmado ou provável. A partir de agora, a Noruega considera como “confirmados” tanto os casos do primeiro como os do segundo grupo, segundo reportagem do El País.
Na Argentina o registro de casos de Covid-19 está aumentando e mais 3.512 novos casos foram detectados nesta segunda – alta de 61% em relação ao início de dezembro, segundo cálculo do jornal “La Nación” com base em dados oficiais. É a maior alta desde setembro.
Ainda não se sabe se a alta tem relação com a variante ômicron, que foi detectada pela primeira vez na Argentina no dia 6. O país confirmou apenas oito casos confirmados da nova cepa, de acordo com as autoridades, mas o número de mortes por Covid-19 subiu 7% na média dos últimos sete dias, totalizando 116.792 vidas perdidas desde o início da pandemia.
Cerca de 82% dos argentinos já receberam ao menos uma dose das vacinas contra a covid-19, segundo dados oficiais. Quase 69% da população está totalmente imunizada.
No Brasil foram registrados 11 casos de Covid-19 pela ômicron, sendo cinco deles em São Paulo, mas o número pode ser maior, tanto por causa da subnotificação quanto pela falta do sequenciamento genético.
O país registrou, nesta segunda, um total de 616.980 mortes e 22.189.241 casos de Covid-19 desde o início da pandemia, mas estes números também podem ser maiores já que nove estados não informaram os dados ontem, quando foram contabilizadas apenas 39 mortes por Covid-19 em 24 horas.
Um ataque hacker no site do Ministério da Saúde, no aplicativo e na página do ConecteSUS – plataforma que mostra comprovantes de vacinação contra a Covid-19 – na madrugada de sexta-feira (10), afetou, indiretamente, a divulgação de casos e mortes em MS, PB, PR, RJ, RO, RS, SC, SP e TO. É o 4º dia seguido com problemas relacionados ao ataque, apontados por diferentes estados.
Em São Paulo, que já tem cinco casos de Covid-19 ligados a ômicron, a Secretaria de Estado da Saúde o confirmou no domingo (12) o primeiro caso “importado” da variante no interior. A paciente é uma mulher de 40 anos, residente em Limeira, e que viajou à África do Sul e à França em novembro.
Ela tem esquema vacinal completo e relata apenas sintomas leves, como dor de cabeça, tosse e secreção nasal. Está sob monitoramento da Vigilância municipal de Limeira e em isolamento domiciliar, sem contato com marido e filho, que já tiveram resultado negativo para exame de PCR.
da CUT.