Relatório da CPI pede o indiciamento de Bolsonaro
A CPI da Covid apresentou ontem o relatório final que pede o indiciamento de 66 pessoas, entre elas o presidente da República. O texto atribui a Bolsonaro nove crimes cometidos durante a pandemia: crime de epidemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias preventivas, uso irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, charlatanismo, prevaricação, de responsabilidade e crime contra a humanidade.
Além de Bolsonaro, seus três filhos parlamentares também estão no relatório final. O vereador do Rio de Janeiro, Carlos, o deputado federal, Eduardo, e o senador, Flávio, por incitação ao crime.
Alguns deputados que formam a base do governo também estão na lista. Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, é acusado de incitação ao crime, formação de organização criminosa e improbidade administrativa. Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Osmar Terra (MDB-RS) e Carlos Jordy (PSL-RJ) por incitação ao crime.
Ao longo dos seis meses de trabalho dos parlamentares, foram ouvidos mais de 50 depoimentos, pedida a quebra de 251 sigilos, 9,4 terabytes de documentos analisados e mais de 60 reuniões realizadas. Após o encerramento da CPI, uma frente parlamentar formal será formada por senadores para fiscalizar e acompanhar o desenrolar das investigações.
Ministros e ex-ministros
Entre os ministérios do governo federal foram seis citados. Os ministros Marcelo Queiroga, da Saúde, Onyx Lorenzoni, Secretaria-Geral da Presidência da República, Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União e Braga Neto, da Defesa, compõem a lista. Entre os ex-ministros estão Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores.
Empresas investigadas
A VTC Log e a Precisa Medicamentos foram as empresas citadas pelo relator por praticarem atos lesivos à administração pública. Diretores de ambas também integram o relatório da CPI.
Votação do relatório
A próxima sessão está marcada para a próxima terça-feira, até lá os senadores irão analisar o relatório final, e na próxima reunião será realizada a votação do documento. Caso seja aprovado, o relatório será enviado ao Ministério Público, à Câmara dos Deputados, ao Tribunal de Contas da União, à Procuradoria Geral da República e também para o Tribunal Penal Internacional de Haia.
Com informações Rede Brasil Atual e Agência Senado