Renato Janine, hoje, no Sindicato – Filósofo debate universidade e trabalhadores na Sede
Um dos maiores filósofos brasileiros discute universidade e trabalhadores.
Um dos mais importantes
intelectuais brasileiros, Renato
Janine Ribeiro, estará
hoje no Centro de Formação
Celso Daniel, às 15h.
Ele da prosseguimento
ao projeto Continuando a
Comunicação Sindical Inclusiva.
O filósofo participa
dos seminários sobre cidadania,
quando falará sobre
Os trabalhadores e a universidade.
Autor de 16 livros e inúmeros
artigos publicados no
Brasil e no exterior, Renato
Janine Ribeiro é professor titular
de Ética e Filosofia Política
da Universidade de São
Paulo (USP).
Atualmente ocupa um
dos mais importantes postos
na hierarquia universitária
brasileira como diretor de
Avaliação da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior – Capes.
Recebeu o prêmio Jabuti
de melhor ensaio (2001) e a
Ordem Nacional do Mérito
Científico (1997). Especializado
no estudo da Ética,
Renato Janine Ribeiro falou
à Tribuna sobre o assunto:
O que é ética?
É a distinção entre condutas
que aprovamos e desaprovamos,
entre o certo e o
errado. As questões éticas são
questões de consciência.
Por que a ética está em
crise?
Vários autores têm mostrado
que a consciência que
temos das coisas que fazemos
é bastante limitada.
Como assim?
Marx, por exemplo, fala
nos aristocratas que se comovem
pelas dores de princesas
exiladas; mas na hora decisiva,
o que conta para eles é o
dinheiro.
Ou seja, as pessoas vivem
dramas de consciência, mas
por trás disso tudo há interesses
bastante terra-a-terra, que
são os econômicos.
E daí?
Isso mostra que a consciência
é uma dimensão bastante
limitada do que vivemos.
Há algo mais forte que
ela, que poderá estar nas relações
de produção, na economia
ou em outros lugares,
mas que em todos os casos
escapa à consciência de quem
age.
De que forma isso influi
na ética?
Isso coloca a ética em
questão. Como tratar de questões
de consciência, se a consciência
é um aspecto limitado,
superficial, de nosso ser?
O risco de nos enganarmos
se torna enorme.
O que fazer, então?
Devemos ser capazes de
pôr em dúvida os conceitos
que os outros nos incutiram
– e também os que nós temos.
Julgar é uma tarefa difícil.
Não deve ser feita sem autocrítica.