Renault diz que reconvocação é reflexo de recuperação nas vendas em 2009
De acordo com RH da montadora, os metalúrgicos reconvocados deverão começar a trabalhar a partir do final de março, tempo necessário para fazer a readaptação da linha de montagem e dos próprios funcionários que vão reativar a produção
A direção da Renault no Brasil atribuiu a decisão de reconvocar metade dos 854 trabalhadores que tiveram o contrato suspenso por cinco meses a um início de recuperação nas vendas no início deste ano.
Em janeiro, após o regresso do período de férias das festas de fim de ano, cerca de mil trabalhadores da montadora, em São José dos Pinhais (PR), ficaram numa lista que os colocaria temporariamente, até junho, fora da empresa em razão da crise internacional, que afetou as vendas do setor automotivo. Depois, o número de suspensos foi baixado para 854.
De acordo com o gerente geral de Recursos Humanos da Renault, Marino Rodilha, os metalúrgicos reconvocados deverão começar a trabalhar a partir do final de março. É o tempo necessário, segundo ele, para fazer a readaptação da linha de montagem e dos próprios funcionários que vão reativar a produção.
Rodilha disse que uma série de fatores influenciou na decisão da empresa de chamar os trabalhadores de volta. Entre elas, o executivo citou o efeito econômico para o consumidor da redução de alíquota e da isenção do IPI no mercado de venda de veículos.
Outro fenômeno observado, segundo Rodilha, foi uma mudança no perfil do próprio consumidor, que partiu para a aquisição de modelos superiores aos populares, como o Sandero e o Logan, que ajudaram a impulsionar as vendas deste início de ano da montadora.
Rodilha advertiu, porém, que a reconvocação não representa ainda “o fim da crise” e que será preciso mais tempo para se saber qual será o comportamento definitivo do mercado.
“A crise ainda não acabou. Esta é uma readequação que estamos fazendo em razão de uma perspectiva de mercado”.
O executivo disse que ainda será preciso aguardar o comportamento do mercado para medir a possibilidade de reconvocar a outra metade do contingente de metalúrgicos com o contrato suspenso. Eles permanecem fazendo, até junho, cursos profissionalizantes remunerados somados a um auxílio desembolsado pela própria Renault para manter seus vencimentos líquidos.
Da Agência Folha