Renault e Stellantis farão novos cortes de custos em ano turbulento
Expectativa é de incerteza econômica e política, além de margens mais baixas por causa da virada para os veículos elétricos
As fabricantes de automóveis Stellantis e Renault alertaram para a necessidade de cortes de custos, apesar do aumento dos lucros, pois o setor entra em um “ano turbulento” de incerteza econômica e política e com margens mais baixas por causa da virada para os veículos elétricos. As ações das duas empresas subiram na manhã de quinta-feira, depois que a Renault aumentou seus dividendos e a Stellantis anunciou uma recompra de ações de € 3 bilhões.
Mas as duas montadoras avisaram que precisam cortar os custos dos veículos elétricos no ano fiscal corrente, à medida que aumentam as vendas. “A redução de custos continua a ser nossa obsessão”, disse o executivo-chefe da Renault, Luca de Meo, ontem. Ele acrescentou que a empresa tem o objetivo de reduzir os custos dos veículos elétricos em 40%, com planos de baixar os dos modelos a gasolina ou híbridos em 30% até 2027.
As vendas mais fracas da Stellantis na América do Norte, assim como o impacto das greves do outono passado, afetaram as margens de toda a empresa no ano passado, que caíram de 13,4% para 12,8%. Mas o lucro líquido subiu 11%, para € 18,6 bilhões, sobre receitas que foram 6% maiores, de € 189,5 bilhões. A empresa também lançou uma recompra de ações de € 3 bilhões na quinta-feira, o que levou suas ações a uma alta recorde nas negociações da manhã.
As ações da Renault subiram mais de 6% depois que a empresa anunciou margens operacionais recordes de 7,9% em 2023 e a decisão de aumentar seus dividendos para € 1,85 por ação, bem acima dos € 0,25 do ano anterior. Apesar disso, a empresa, que divulgou seus ganhos na quarta-feira à noite, prevê margens mais baixas em 2024, de cerca de 7,5%.
Do Valor Econômico