Renda Básica Emergencial é vitória dos trabalhadores
A pressão da CUT, demais centrais sindicais e partidos de oposição ao governo garantiu a aprovação da Renda Básica Emergencial na Câmara dos Deputados e no Senado
Fotos: Adonis Guerra
A pressão da CUT, demais centrais sindicais e partidos de oposição ao governo garantiu a aprovação da Renda Básica Emergencial na Câmara dos Deputados e no Senado. O projeto precisa ser assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para passar a valer. A luta agora é por #AprovaLogoBolsonaro.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, comemorou a aprovação no Congresso. “É uma vitória muito importante a aprovação desse projeto a milhões de trabalhadores que estão em situação de insegurança, desempregados e autônomos. O benefício será de R$ 600 por, no mínimo, três meses. Caso a mulher seja a chefe da família, são R$ 1.200. A luta agora é para garantir sua efetivação, que o benefício chegue na mão do povo de maneira rápida”, cobrou.
“O projeto é muito importante e nasceu no fórum das centrais sindicais como uma proposta para superação da crise. No dia 17 de março, entregamos nas mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, dialogamos com todos os partidos, e para nossa felicidade, o trabalho e o empenho renderam resultado”, continuou.
No começo, o governo queria pagar apenas R$ 200. Depois da mobilização, o valor foi aumentado para R$ 600, podendo chegar a R$ 1.200. Para ter acesso é preciso ser maior de 18 anos, sem emprego formal, ser microempreendedor individual, contribuinte individual ou trabalhador informal inscrito no CadÚnico.
Entre os requisitos estão não receber benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou outro programa de transferência de renda que não seja o Bolsa Família. Ter renda mensal por pessoa de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar de até três salários mínimos (R$ 3.135). Não pode ter recebido rendimentos tributáveis, em 2018, acima de R$ 28.559,70.
Um novo projeto deve ser votado no Senado para incluir mais pessoas no acesso ao benefício durante o isolamento social, com valores que podem chegar a R$ 1.500. O projeto altera a Lei 10.835, de 2004, que instituiu a Renda Básica de Cidadania no Brasil, de autoria do ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP), mas que nunca foi regulamentada.
Financiamento e garantia de emprego
O presidente da CUT criticou o projeto do governo de financiamento dos salários, que exclui MEIs e microempresas. “O projeto é insuficiente e não resolve o problema, ele tem que ser modificado para cumprir sua função. Temos que garantir um projeto que permita sustentar essas pequenas empresas, que são responsáveis por 60% dos empregos no país”, ressaltou.
“Por trás dessas empresas estão ex-metalúrgicos, ex-bancários, ex-professores, que fugiram do desemprego, montaram um negócio e hoje têm dois, três funcionários e não conseguem pagar. É importante uma linha de credito para que mantenham seus empregados e não demitam”, defendeu.
No domingo, 29, a CUT, centrais sindicais e a CNI (Confederação Nacional da Indústria) fizeram reunião em defesa da garantia de emprego durante a crise da pandemia do coronavírus.
“Foi consenso que é fundamental superarmos este momento mantendo os empregos”, contou Sérgio Nobre.
“Também foi um grande consenso de que é imprescindível manter a política de isolamento neste momento em que o vírus, de acordo com autoridades da saúde, atinge o pico de contaminação, com avanço do contágio nas próximas duas semanas”.