Renda familiar ganha força no ABCD
Muitas pessoas que sofriam para liquidar as contas básicas para a sobrevivência melhoraram de vida. Isso porque o poder da renda dos domicílios na região está em constante ascensão.
Em agosto de 2009, 12,7% das famílias afirmavam que o dinheiro que ganhavam mensalmente nunca era suficiente para a cobertura das despesas do lar. Esse cenário foi revertido para 7,7% dos domicílios no ano passado.
Considerando apenas Santo André, São Bernardo e São Caetano, o percentual de famílias que afirmavam nunca conseguirem pagar as contas com a renda mensal passou de 11,1%, em 2009, para 6,1% em 2010.
Ampliando a comparação até o início do governo Lula, em 2003, o salto é ainda maior, já que 20,3% das famílias diziam estar em crise orçamentária na época.
Os dados fazem parte da última pesquisa socioeconômica da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), referentes a agosto de 2010. A margem de erro é de três pontos percentuais.
De acordo com o coordenador do instituto de pesquisa da USCS, Leandro Prearo, entre as explicações para a ascensão da renda desses moradores está o aumento real do salário-mínimo. “Também o maior acesso ao emprego e, principalmente, o acesso ao crédito”, afirma.
Ele destaca que a utilização do crédito remete a mais gastos às famílias. Porém as instituições financeiras e o comércio vêm reduzindo tanto o valor das parcelas, prolongando os financiamentos, quanto os juros. E o resultado é o consumo com prestações que cabem no orçamento das famílias.
A pesquisa aponta que, nas sete cidades, 34,5% da população está satisfeita com seu faturamento mensal. Outros 33,8% dizem que a renda é suficiente na maioria das vezes para dar conta das despesas básicas.
Quase um terço das famílias alega que a situação está complicada, pois não conseguem, com suas rendas, pagar as contas de casa.
“E quanto menor a classe de consumo das famílias, maior é a percepção de que a renda não é suficiente”, diz Prearo. O faturamento dá conta dos gastos de 51,5% da população enquadrada na classe A. Por outro lado, apenas 24,4% das famílias da classe D e E estão totalmente satisfeitas com o montante que ganham.
O coordenador do instituto de pesquisas da USCS, Leandro Prearo, lembrou que a população de menor renda, normalmente das classes D e E, tem sofrido mais com a inflação. E a explicação é a alta nos alimentos, que atinge em cheio esses consumidores.
Como os gastos para comer são considerados básicos, eles levam maior parte do orçamento de quem ganha menos. E a pesquisa socioeconômica da USCS prova isso. Enquanto a classe A da região gasta, em média, 10,5% da renda com alimentação – cerca de R$ 693 -, as classes D e E dependem de 27% do orçamento para esse fim, cujo valor médio é de R$ 241.
Para habitação, como contas de luz e água, as classes D e E gastam cerca de 20,5% do orçamento. A classe A beira os 9% da renda.
Do Diário do Grande ABC, via FEM/CUT