Represa Billings: Um futuro de mais agressões
Contaminada por metais pesados e esgoto e com suas margens desmatadas pela ocupação irregular, a Represa Billings completou 80 anos sofrendo nova ameaça, desta vez a construção da asa Sul do Rodoanel.
No domingo, um grupo de ambientalistas denunciou que o trajeto previsto para a asa Sul do Rodoanel vai devastar cerca de 300 hectares de formações florestais e vai atingir 123 nascentes e olhos d’água.
Além disso, a construção de ponte de 1.800 metros vai remexer os metais pesados que há anos estão no fundo da represa.
Outros riscos estão previstos, de acordo com o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente, preparados pelo governo estadual.
Entre eles estão o aumento do risco de contaminação do solo, erosão das encostas por onde passará a rodovia e alteração da qualidade da água da represa.
Para reduzir o impacto ambiental será preciso criar parques ecológicos e replantar espécies nativas, orientações que o governo estadual não levou em conta ao construir as asas Norte e Oeste do Rodoanel.
O Ministério Público, agora, cobra essas providências do governo estadual.
Alckmin quer mais poluição
O governador Alckmin ainda não desistiu de lançar na Billings as águas do Rio Pinheiros depois de tentar limpá-las através do duvidoso processo de flotação.
Relatório feito pela USP aponta que a flotação não vai deixar a água do rio suficientemente limpa, dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Mesmo assim, o governo estadual continua insistindo na idéia, mesmo levando sérios prejuízos à represa.
A única boa notícia em relação à Billings é a continuidade da construção do coletor-tronco de esgoto que vai cortar a região.
Essa é uma obra do governo federal que estava emperrada durante os mandatos de FHC e que agora, com o presidente Lula, teve os recursos liberados.
O coletor tronco vai permitir às cidades do ABC coletarem e tratarem 100% dos esgotos, acabando com as 720 toneladas de esgoto que a Billings recebe todo dia.