Representação na Ford se reúne com Rodrigo Maia e pede participação na reunião participação na reunião com Trump
Presidente da Câmara se comprometeu a colocar o assunto na pauta do encontro de Bolsonaro com Trump. Trabalhadores fazem ato hoje na Alesp
Fotos: Adonis Guerra
Os dirigentes dos Metalúrgicos do ABC na Ford se dividiram em duas equipes na tarde de terça-feira. Enquanto uma estava com o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Cauê Macris (PSDB), outra falava como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em Brasília. Os informes sobre as reuniões foram passados aos trabalhadores ontem, durante assembleia na porta da fábrica.
Em Brasília, o Sindicato pediu a Rodrigo Maia que a questão da Ford seja inserida na pauta da reunião que Jair Bolsonaro terá no próximo dia 19 com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e também que algum representante dos trabalhadores possa participar do encontro.
Segundo o coordenador-geral da representação na Ford, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba, Maia se comprometeu a inserir o assunto na discussão. O Sindicato ainda aguarda o retorno sobre a possibilidade da participação na reunião com Trump.
“Apresentamos toda a situação da empresa e ressaltamos que ela recebeu muito dinheiro do Estado em incentivos fiscais, cerca de 7 bilhões de reais, só nos últimos cinco anos. O Estado tem a prática de dizer que não se mete com capital privado, mas dada a quantidade de dinheiro que a Ford recebeu no Ceará, com a Troller, e em Camaçari, na Bahia, podemos considerar que ela é uma empresa de capital misto”, destacou.
“O Estado tem que se envolver sim, tem que ir para cima, cobrar responsabilidade social e tem que rever a legislação que dá incentivo para uma empresa com uma postura dessa”, cobrou. Segundo Paraíba, o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta, reivindicou a inclusão de um deputado da bancada na delegação e se disponibilizou a ir.
Durante a assembleia, Paraíba também informou que não houve sinalização por parte da direção local da empresa a respeito de conversas com possíveis compradores. “Queremos a participação dos trabalhadores nesse debate. Queremos saber se os interessados são sérios e se têm propostas concretas para a manutenção dos empregos”.
Foto: Divulgação
“Precisamos endurecer cada vez mais nossa resistência, buscar aliados como estamos fazendo, tornar isso caro para a empresa e dar o exemplo para que não se naturalize jogar pais e mães de família na rua e ficar tudo bem. Não vai ficar tudo bem”, reforçou o vice-presidente do Sindicato e presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Paulo Cayres, o Paulão.
Na tarde de ontem o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, teve nova reunião no Ministério Público do Trabalho, em São Bernardo. Os trabalhadores retornam à fábrica na próxima terça-feira, 19, para receber orientações e informes.
Foto: Priscila Cardoso
Ato na Alesp
Na reunião com o Cauê Macris, articulada pelo deputado estadual Teonilío Barba (PT), os representantes do Sindicato pediram o apoio institucional da Assembleia Legislativa de São Paulo na luta pelos empregos.
Na tarde de hoje os trabalhadores na Ford farão uma manifestação durante a cerimônia de posse dos deputados estaduais na Alesp para cobrar atuação do governo do Estado e pedir a instauração de uma CPI sobre os incentivos fiscais recebidos pela Ford.
Da Redação.