Repressão policial deixa três manifestantes mortos na capital do Bahrein
Ao menos três manifestantes morreram e dezenas ficaram feridos nesta quarta-feira no Bahrein em uma ação policial na Praça da Pérola, na capital Manama, informou a oposição.
De acordo com Halil Marzuk, deputado do movimento xiita Al Wefaq, as forças de segurança usaram munição real com a “intenção deliberada de matar manifestantes”.
O deputado também acusou a polícia de bloquear o acesso a vários hospitais e de cercar o principal centro médico de Manama.
Ali Al Aswad, outro deputado do Al Wefaq, afirmou que as forças oficiais foram mobilizadas em várias localidades xiitas nos arredores de Manama, onde aconteceram confrontos.
Na manhã desta quarta-feira, centenas de policiais tomaram o controle da Praça da Pérola, após uma ação contra os manifestantes, em sua maioria xiitas.
Poucas horas depois, as forças de segurança entraram no distrito financeiro de Manama e liberaram as ruas que os manifestantes haviam bloqueado com barricadas, segundo testemunhas.
As autoridades do Bahrein anunciaram nesta quarta-feira o fechamento da Bolsa, das escolas e das universidades em consequência do estado de emergência.
Na terça-feira, o rei Hamad bin Isa al Khalifa declarou estado de emergência em mais uma tentativa de seu governo de controlar a revolta popular, um dia após a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (EAU) terem enviado tropas ao reino para ajudar a acabar com o tumulto.
O estado de emergência de três meses dá total poder às forças de segurança bareinitas, que são dominadas pela elite sunita.
O monarca ordenou o comando das Forças de Defesa a adotar “as medidas necessárias para aplicar” o decreto de estado de emergência em todo o território do país, de apenas 760 quilômetros quadrados.
Os militares poderão recorrer às forças de segurança, à Guarda Nacional “e a outras forças se for necessário”, para aplicar o estado de emergência que foi aprovado pelo monarca.
O decreto, que foi divulgado pela agência oficial BNA, lamenta que os distúrbios registrados no Bahrein tenham afetado a vida e os bens dos barenitas e sustenta que os hospitais se transformaram “em focos de terror e intimidação”.
A principal confederação sindical e os sete partidos mais importantes da oposição criticaram “a grave escalada de segurança e a opção militar para resolver a crise política que o próprio regime causou”.
“Os assassinatos e a escalada de segurança destruíram o princípio do diálogo e deixaram o país à mercê do Exército local e externo”, acrescentou a declaração.
A oposição se refere à decisão de segunda-feira do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) de enviar tropas de reforço ao Bahrein para ajudar as forças de segurança locais, entre as quais se incluem mil soldados procedentes da Arábia Saudita.
“Essa situação nos levou a pedir à comunidade mundial que intervenha de maneira urgente para proteger o povo da brutalidade dos corpos de segurança locais e estrangeiros”, ressalta o comunicado da oposição.
Da Folha Online, com Agências