Repressão quer intimidar movimentos sindical e social
Há relação direta entre a crise que a elite construiu e os recentes ataques aos movimentos sindical e social. A repressão visa a minar e a intimidar os principais pilares de sustentação do governo Lula.
O primeiro caso de repercussão foi o assassinato do sindicalista Jair Antonio da Costa, dirigente do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha, no Rio Grande do Sul. Um soldado da Brigada Militar (a PM de lá) o matou enforcado com o cassetete. Jair participava de uma manifestação por emprego.
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Há muito tempo que não se via a polícia com tanta frequência nas portas de fábricas de nossa base como na campanha salarial. Principalmente durante os protestos nas plantas do Grupo 9.
Na Thyssen, em Diadema, a PM provocou tumulto durante um ato. Como se estivessem acatando ordens da empresa, os policiais detiveram dois diretores do Sindicato.
Selvageria em Minas
Em Belo Horizonte, um sindicalista foi baleado e dois foram espancados durante ato na metalúrgica Indumil. Jagunços saíram da fábrica atirando e gritando que era para matar.
A violência foi tanta que os jagunços armados ergueram um dos dirigentes pelo pescoço e usaram sua cabeça para quebrar os vidros da kombi do sindicato que estava no local.
Latifúndio
No campo a situação é ainda mais grave. A última vítima foi Domingos dos Santos Silva, assassinado terça-feira com cinco tiros à queima-roupa. Ele era dirigente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará e comandava a ocupação da fazenda Mineira, em Itupiranga.
Entidades de direitos humanos e sindicalistas alertam que há mais de 20 líderes ameaçados na região.
Em Pernambuco foram três assassinatos seguidos de líderes sem-terra no final do mês passado. Eles estavam em uma lista com 14 nomes de pessoas ameaçadas.