Resistir é direito
Como se não bastasse o anúncio das demissões em massa, a Volkswagen agora quer impedir que seus trabalhadores resistam na defesa de seus direitos. Tão logo anunciou a reestruturação, os sindicatos de metalúrgicos do ABC, Taubaté, São José dos Pinhais, São Carlos e Resende se uniram numa ação coletiva contra as possíveis demissões. A Volks sabe que enfrentará uma resistência sem precedentes.
Tentativa de divisão
Percebendo a reação imediata dos trabalhadores, a montadora tem tentado dividir os sindicatos, querendo negociar com cada um isoladamente. Mas, o movimento sindical, em situações como essa, sempre se uniu em torno de um objetivo comum, no caso, pela manutenção do emprego.
Em reunião ocorrida no último dia 26 de maio, como a Volks voltou a confirmar que as dispensas coletivas deverão ocorrer, a empresa foi comunicada que a greve poderia ser um instrumento de luta e resistência.
Medidas restritivas
No dia 31 de maio, as unidades de São Bernardo do Campo, Taubaté e São José dos Pinhais fizeram uma paralisação de 24 horas. Ainda que não tivesse ocorrido nenhum incidente grave, a Volkswagen entrou na Justiça com um pedido de interdito proibitório, ação esta de natureza possessória, que serve para defender a propriedade quando esta está sendo ameaçada. Ora, os trabalhadores querem, ao contrário, defender o patrimônio da empresa e mantê-la produzindo aqui.
Mas a verdadeira intenção da Volks é impedir a ação sindical, como se a greve fosse algo marginal, e não um direito constitucional.
Lamentável o caminho escolhido por ela. Mas nosso Sindicato, que não se calou frente às arbitrariedades da ditadura militar, não vai deixar de resistir agora.
Departamento Jurídico