RESPEITO, GROB!

Não ao plano de cargos e salários, não à melhoria do restaurante, não ao reconhecimento de funções e não à transparência na PLR. O não é sempre a resposta da B.Grob às reivindicações dos trabalhadores, que fizeram um protesto ontem mobilizando também os companheiros de um setor na Mercedes.

Em ato de protesto ontem
em frente à B. Grob, os
trabalhadores cobraram respeito
por parte da direção da
empresa e o atendimento de
antigas reivindicações.

Já faz tempo que a insatisfação
do pessoal é grande,
pois a empresa só diz não ao
plano de cargos e salários,
ao vale combustível, fim da
descaracterização de funções
e transparência quanto
à PLR, além da péssima qualidade
do restaurante.

“A empresa define a
PLR sem negociar com os
trabalhadores, sem informar
os critérios e se as metas foram
ou não atingidas”, disse
o diretor do Sindicato José
Paulo Nogueira.

O desrespeito é tanto
que, quando o dirigente sindical
vai ao banheiro, ele tem
os minutos descontados.

A insatisfação se transformou
em revolta no final
do mês passado, quando a B.
Grob anunciou reajuste de
25% no plano médico.

“Os trabalhadores consideraram
o reajuste uma
provocação. O plano médico
é ruim e há tempos eles
reivindicam mudanças”,
comentou.

Durante a manifestação,
Zé Paulo avisou que a B. Grob
passou a queimar o Sindicato
no chão de fábrica, além de
estimular os trabalhadores a
dar baixa como sócios.

“Não vamos ficar reféns
da empresa. Se esse tipo
de relação continuar e, se
preciso, vamos até a matriz
denunciar esses desmandos
e outras coisas mais”, comentou
Zé Paulo.

Solidariedade do pessoal na Mercedes

Atendendo a chamado
da direção da B. Grob, vários
carros da polícia apareceram
durante o ato para intimidar
os trabalhadores.

Quando a notícia da
repressão policial e da fábrica
chegou na Mercedes
Benz, os trabalhadores da
usinagem do bloco pesado
pararam as atividades.

Nesse setor, muitas máquinas
são da B. Grob.

“Foi um gesto de solidariedade
aos trabalhadores
em luta e de protesto contra
as práticas anti-sindicais da
B.Grob”, disse Moisés Selerges,
um dos coordenadores
da Comissão de Fábrica
na montadora.

Ele lembrou que o código
de conduta da Mercedes
exige que seus fornecedores
respeitem a legislação trabalhista
e sindical, entre elas a
que garante a livre organização
dos trabalhadores.