Restrição ao crédito continua e derruba mercado de veículos

(Foto: Adonis Guerra)

Os financiamentos de veículos no País vêm sendo enfraquecidos por conta da crise de confiança na economia. As informações são da Anfavea, o sindicato das montadoras. No primeiro trimestre deste ano os contratos chegaram ao pior nível desde 2005, o que influenciou diretamente as vendas das montadoras.

As compras de forma financiada representaram apenas 51,4% do total, sendo que historicamente, esse percentual fica acima de 60%.

Dados da Cetip, empresa do mercado financeiro que acompanha as transações, também apontam para redução de financiamento de automóveis. A fatia de 57,2% em janeiro passou para 55,6% em fevereiro. Os números de março ainda não foram divulgados. A consequência direta da falta de crédito foi a queda nas vendas de veículos: 481,31 mil no primeiro trimestre deste ano, 28,6% menos que as 674,38 mil do período em 2015.

“O Sindicato, e até repre­sentantes da Anfavea já aler­tavam sobre essa postura dos bancos privados. Isto faz parte de um jogo político.

Os bancos privados têm lado e interesses e essa pos­tura de restringir o crédito é para beneficiar aqueles que estão alinhados politicamente com o sistema financeiro”, avaliou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.

A produção de veículos no trimestre alcançou o menor nível desde 2003.

As montadoras fabrica­ram 482,29 mil veículos ante 667,57 mil unidades no mes­mo período de 2015, queda de 27,8%.

A queda nas vendas afeta também os empregos.

O setor fechou março com 38.792 trabalhadores em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) e no Programa de Proteção ao Emprego, o PPE.

No total, a folha de paga­mento das montadoras conta com 128,5 mil pessoas.

Da Redação