Restrição chinesa pode criar corrida global por grafite para baterias de veículos
Alegando segurança nacional, país asiático vai impor limites para exportações da matéria-prima estratégica
A medida anunciada pela China de restrição às exportações de grafite, com impactos diretos na produção global de baterias para veículos elétricos, pode causar uma corrida pelo material. Além de incômodos para os exportadores. Fabricantes de baterias ouvidos pela Reuters mostraram que há pressa para comprar o grafite das empresas chinesas antes que a medida governamental entre em vigor.
De acordo com as novas regras, a China exigirá licenças de exportação a partir de 1º de dezembro para grafite sintético de alta qualidade, bem como grafite natural. A Syrah Resources, fornecedora australiana da Tesla, que extrai grafite em Moçambique, disse na quinta-feira, 26, que espera que compradores fora da China intensifiquem as compras de grafite natural antes da vigência dos controles mais rigorosos.
As restrições impostas pela China surgem com o país alegando questões de segurança nacional. Na prática, é uma espécie de retaliação às medidas que países ocidentais estão tomando para restringir as importações de veículos elétricos do país asiático. Enquanto ambos os lados se acusam de protecionistas, a tendência é a de que o preço do grafite aumente no mercado global.
Isso deve aumentar ainda mais as pressões sobre o custo de produção das montadoras ocidentais, que atualmente lutam para derrubar os preços dos seus veículos e, assim, manter parelha a concorrência com os elétricos chineses. A China é o maior produtor e exportador mundial de grafite. Também refina mais de 90% do grafite que é usado em praticamente todos os ânodos de baterias de veículos elétricos. Os principais compradores de grafite da China são o Japão, os Estados Unidos, a Índia e a Coreia do Sul.
Do Automotive Business