Resumo

Bancada tucana é a mais cara
O PSDB foi o partido que mais gastou para eleger sua bancada de 66
deputados, com média de 811 mil reais por parlamentar, superando entre
as maiores bancadas o PMDB (89 eleitos, 552 mil reais por cadeira), o
PFL (65 deputados, 512 mil) e o PT (83 deputados, 179 mil reais por
vaga). Para as eleições estaduais, os tucanos também lideraram. Nas
contas dos dois principais rivais, o PT elegeu cinco governadores ao
custo médio de 3,2 milhões por campanha. Para eleger seis, o PSDB
gastou 10,7 milhões. As campeãs em doações foram as construtoras, que
investiram 23,8 milhões de reais nas campanhas de 21 eleitos. Aécio
Neves (PSDB-MG) liderou, com 4,3 milhões.
Entre o setor produtivo, o grupo Gerdau, cujo líder, o empresário Jorge
Gerdau, vem sendo cotado para ocupar espaço importante no segundo
mandato de Lula, doou 1,7 milhão de reais para sete candidatos
vitoriosos, privilegiando os da oposição.
As campanhas para governador gastaram em média 7,6 milhões de reais por
eleito. A mais modesta foi a de Jaques Wagner (PT-BA), 4,3 milhões e
custo médio de 1 real por voto. A campanha proporcionalmente mais cara
foi a de Marcelo Miranda (PMDB-TO), 20 reais por voto, com arrecadação
de 6,9 milhões. Em volume de recursos, a eleição de José Serra
(PSDB-SP) liderou, com 25,9 milhões de reais – pouco mais de 2 reais
por voto.

Alta infidelidade
Enquanto a reforma política não vem, o troca-troca partidário corre
solto e o eleitorado fica sem saber que apito toca o parlamentar que
leva seu voto. Entre titulares e suplentes, 618 deputados federais
exerceram mandato desde 2003 e um de cada três mudou de legenda. Foram
193 os saltitantes e 285 as trocas de partido. Os mais volúveis foram
Zequinha Marinho e Alceste Almeida, ambos de Roraima, com seis mudanças
cada um. Zequinha foi eleito pelo PDT e, reeleito, está no PSC. Alceste
foi eleito pelo PL, terminou no PTB e está fora da Câmara – como,
aliás, 110 dos 193 que mudaram de agremiação. Toda movimentação pode
ser vista no www.congressoemfoco.com.br.
No Senado, foram 21 mudanças envolvendo 15 senadores. Embora o
troca-troca na Casa tenha fortalecido a oposição, os casos mais
inusitados estão na base governista. Leomar Quintanilha (TO), por
exemplo, foi eleito pelo PFL em 2002, filiou-se ao PMDB e foi parar no
PCdoB. Perdeu a disputa pelo governo de Tocantins, mas ainda tem quatro
anos de mandato. Romero Jucá (RR), que foi vice-líder do governo FHC e
reeleito pelo PSDB em 2002, passou para o PMDB em fevereiro de 2003
para fazer parte da base de apoio do governo Lula, do qual agora é
líder. Não se elegeu governador em seu estado, mas tem mandato até 2010.

Abaixo da meta
O saldo de empregos com carteira desde 2003 deve chegar a 4,65 milhões.
A média de novas ocupações nos últimos quatro anos fica em 97 mil por
mês, abaixo da meta superior a 100 mil pretendida pelo governo. A média
é prejudicada pelo mau desempenho do primeiro ano, quando o saldo foi
de 645 mil e a média mensal, 53 mil. Em 2004, a média chegou a 127
mil/mês. Em 2005 e 2006, a 104 mil. Os dados vêm do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged). De 1999 a 2002, a média foi de 37
mil vagas/mês.

Acima da meta
O governo conta com a aceleração do crescimento para ampliar a oferta
de empregos formais e, paralelamente, fiscaliza. No ano passado, por
exemplo, ações de fiscalização do Ministério do Trabalho
alcançaram 233 mil empresas e recuperaram até novembro 32,8 bilhões de
reais para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – a
estimativa é fechar o ano com 36 bilhões. Em 2003, as ações de
fiscalização arrecadaram 25 bilhões; em 2004, 28 bilhões, e em 2005, 32
bilhões.

Circuncisão X Aids
A circuncisão está longe de ser infalív