Resumo

O que eles disseram sobre o PAC

O Plano de Aceleração do Crescimento anunciado pelo governo no dia 22 de janeiro parece ter os juros como maior adversário

Apostei com o Paulo Francini que eles (o Copom) iriam baixar 0,25. Ele
dizia: “Não, eles vão ser mais tolerantes, mais cooperativos”. Eu
disse: “Não, olha, tem uma questão aí que é de reafirmação da
independência do Banco Central”. É questão ideológica… A discussão
reflete um pouco a correlação de forças daquilo que as pessoas costumam
chamar de sociedade brasileira.
Luiz Gonzaga Belluzo, a Paulo Henrique Amorim, no IG

O
que o PAC propõe é menos ambicioso do que sugerem os “cientistas”
(medidas imediatas de regulação, reforma tributária, previdenciária
etc.), mas não menos importante. É a aposta na criação de um “estado de
espírito” favorável a uma aceleração do crescimento. Temos de ver o PAC
não como um conjunto de medidas, mas como um foco de novas atitudes.
Delfim Netto, na Folha de S.Paulo

O
recuo da taxa básica de juros de 13,25% para 13% ao ano é insuficiente
para referendar a confiança dos setores produtivos no PAC e no discurso
de crescimento pronunciado pelo presidente Lula. Nem parece que o Copom
integra o mesmo governo que, há apenas dois dias, anunciou um grande e
abrangente programa voltado à expansão do PIB. É paradoxal.
Paulo Skaf, presidente da Fiesp, no site da entidade

O
PAC terá maiores chances de sucesso se aprofundar a presença dos
trabalhadores nas decisões de Estado, como os conselhos das estatais,
fundos de investimento e o impenetrável Conselho Monetário Nacional,
protagonista do notório descompasso entre os objetivos do PAC e as
ações do governo, que vem a ser a ridícula redução de 0,25 na taxa
básica de juros.
Artur Henrique, presidente da CUT, no site da Central

A
parte de saneamento básico do PAC tem repercussão positiva para o setor
ambiental. As obras do metrô também, na medida em que você tem redução
de emissões. Os outros projetos terão de ser analisados caso a caso
para o licenciamento ambiental. O importante é essa visão que se vem
construindo de que a variável ambiental deve permear os projetos.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, na Carta Maior

O
objetivo real é abrir mais espaço para o capital privado. E para dourar
a pílula coloca investimentos que ninguém pode contestar. Quem vai ser
contra a construção de estradas? O salário mínimo não vai chegar ao
nível que o Dieese considera o mínimo para o brasileiro sobreviver. A
única coisa positiva são as obras; precisa saber se vão ser feitas
mesmo.
Plínio de Arruda Sampaio, por e-mail à Revista do Brasil


A febre tem remédio
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla
em inglês) botou o mundo político e econômico em polvorosa ao anunciar,
no início de fevereiro, as previsões catastróficas sobre os efeitos do
aquecimento global neste século. É grave? É. O estudo deve soar como
uma sirene, alerta o Greenpeace. Mas, entre as adversidades previstas,
vale assinalar um aspecto do estudo: 90% dos cientistas atribuem o
estado febril do planeta a ações do homem, e não a fenômenos naturais.
Ou seja: as doenças da Terra ainda têm remédio e é possível retardar –
com ações do homem – o que muitos veículos alardearam como “o fim do
mundo”.

À espera de abril
Novo relatório do IPCC sobre o clima deve ser