Reunião para discutir fator previdenciário: resultado frustrante
Presidente da CUT critica posição do ministro Garibaldi
Do Blog do Artur Henrique
Ao final da reunião de ontem (sexta) com o ministro Garibaldi Alves, da Previdência, afirmei aos jornalistas que o resultado do encontro havia sido frustrante.
De fato, o ministro foi à reunião sem apresentar uma proposta do governo. Limitou-se a pedir que os participantes da reunião – centrais sindicais e representações de aposentados – apresentassem as suas, como se já não fossem conhecidas.
Enquanto isso, do lado de fora, milhões de trabalhadores e trabalhadoras esperavam pelo resultado da reunião. Lembrei isso ao ministro.
Por outro lado, parte dos sindicalistas ali presentes insistia na tese de que o fator previdenciário precisa acabar.
Sim, todos queremos isso, mas, do ponto de vista objetivo, só haveria uma maneira de simplesmente acabar com o fator: que o Congresso derrube o veto do ex-presidente Lula ao fim do fator.
Afirmei isso aos presentes e perguntei ao senador Paulo Paim, que também estava ali, se ele tinha notícia da derrubada de algum veto da Presidência nos últimos anos. Paim foi taxativo: “Estou aqui há 25 anos e nunca vi um veto do Executivo ser derrubado sem que o próprio Executivo quisesse”.
Portanto, cobrei dos companheiros uma postura mais realista e responsável. Em lugar de repetir o mantra “fim do fator”, é hora de apresentar uma alternativa concreta.
Na opinião da CUT, essa alternativa é o fator 85/95, pois supera o fator, garante a sustentabilidade das contas da Previdência e, o principal, melhora a vida de quem está trabalhando e de quem já se aposentou.
Para entender essa proposta, leia cartilha que a CUT preparou, em 2009, para explicar o fator 85/95.
Na reunião de ontem, critiquei também a postura do governo, explicitada pelo ministro Garibaldi, de que a tomada de decisão estaria à espera de consenso entre as centrais e as representações dos aposentados.
Esse consenso de todas as entidades em torno da superação do fator previdenciário não acontecerá. Que o governo encaminhe a proposta do 85/95 com o apoio das entidades que concordam com ela e que, somadas, representam a maioria da representação sindical.
O que não podemos é continuar adiando essa mudança.