Reverendo não revela contatos no Ministério da Saúde, mas admite ser intermediário na venda de vacinas

O reverendo Amilton Gomes de Paula, que prestou depoimento na CPI da Covid ontem, se recusou a revelar suas conexões e contatos dentro do Ministério da Saúde. Porém admitiu que foi intermediário entre o governo federal e a Davati na venda de 400 milhões de doses da vacina contra Covid-19.

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Ele disse que realizou uma reunião com representantes do governo no dia 22 de fevereiro. Chama a atenção que o encontro feito às 16h foi solicitado pouco depois das 12h do mesmo dia. Os senadores então questionaram quais são as conexões que facilitaram o acesso ao governo de Bolsonaro, mas até o fechamento desta edição ele não havia revelado.

O presidente da CPI, o senador Omar Aziz, disse que “não fecha” a forma como o Amilton chegou ao Ministério da Saúde. “Isso só acontece se a pessoa tem livre acesso. Deputados às vezes demoram meses pra conseguir audiência”, afirmou.

“É um fenômeno. O que chama a atenção é que nem a Pfizer, nem o Butantan nem o Covax Facility tinham esse mesmo prestígio”, ironizou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues.

Bravatas?

Os senadores também confrontaram Amilton Gomes com mensagens que ele teria trocado com representantes da Davati envolvidos na negociação. Em uma das conversas, o reverendo afirmava que a primeira dama, Michele Bolsonaro, teria entrado nas conversações. Em outra, ele disse ter se reunido com o “01”, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro.

Entretanto, ele negou tudo e disse que nunca se encontrou com Bolsonaro ou qualquer membro do Palácio do Planalto. “Era bravata”, explicou. Sobre a menção à primeira dama, disse que não se lembra de ter enviado a mensagem.

Dentro do PSL

O reverendo disse que pertenceu ao PSL, ex-partido de Bolsonaro. Ele reconheceu que participou da campanha eleitoral do presidente da República, mas acrescentou que se desfiliou do partido, sem dar mais detalhes.

Com informações da Rede Brasil Atual