Revista Time escolhe figura do manifestante como personagem do ano

Ano ficou marcado por manifestações populares em todo o planeta

“Da Primavera Árabe a Atenas; do Occupy Wall Street a Moscou”. Com essa frase e com o desenho de uma pessoa com o rosto coberto em sua capa, a revista norte-americana Time escolheu o “manifestante” como o Personagem do Ano de 2011.
 
Essa não é a primeira vez que a publicação escolhe uma figura conceitual, e não uma pessoa específica para a sua edição especial que, desde 1927, escolhe o personagem que simboliza o fato ou mais marcante no ano que passou. Em 1982, o escolhido foi o computador. Já em 2006, o escolhido foram os leitores: “Sim, você.Você controla a Era da Informação. Bem-vindo ao seu mundo”, dizia a capa da época.
 
Os finalistas para a “premiação” de 2011 eram a britânica Kate Middleton, que casou-se este ano com o Príncipe William e tornou-se a Duquesa de Cambridge; o almirante William McRaven, que comandou a operação norte-americana que assassinou Osama Bin Laden em Abbotabad, no Paquistão; o congressista conservador norte-americano Paul Ryan; e o ativista chinês Ai Wei Wei.
 
Em 2010, o escolhido foi o norte-americano Mark Zuckerberg, criador da rede social Facebook. Com 26 anos, ele foi o segundo mais jovem na história a ganhar a premiação da revista, com um ano a mais do primeiro vencedor, o aviador Charles Lindbergh que, em 1927, cruzou o Oceano Atlântico de Nova York até Paris.
 
Justificativa
Segundo o editor da Time, Richard Stengel, em entrevista ao programa Today, da rede NBC, que anunciou a escolha, a decisão homenageia “homens e mulheres de todo o mundo, em particular do Oriente Médio, que derrubaram governos e levaram um sentido de democracia e dignidade às pessoas que antes não os tinham. (…) Estas são as pessoas que já estão mudando a história e que mudarão a história no futuro”.
 
Stengel acredita que esteja ocorrendo um “contágio” de protestos. “O Irã antecipou o que aconteceria no mundo árabe e o que aconteceu no mundo árabe influenciou o ´Occupy Wall Street´, o “Occupy Oakland” e os protestos na Grécia e em Madri”, teorizou o jornalista.

Do Opera Mundi