Revolução dos Cravos: Fim de 48 anos de ditadura em Portugal
Passava 20 minutos da meia noite do dia 25 de abril de 1974 quando a rádio Renascença, de Portugal, tocou a música Grândola, Vila Morena, que estava proibida pela censura. Essa foi a senha para a Revolução dos Cravos, que acabou com 48 anos de uma ditadura fascista.
O movimento defendia um programa conhecido por três Ds: Democratização, Descolonização e Desenvolvimento.
O movimento popular pelo fim da ditadura ganhou força no início dos anos 70, com a morte do ditador Antonio Salazar. Nos final de 1973 os operários passam a realizar grandes greves e estudantes saem às ruas, aumentando a oposição à ditadura.
Junto à pressão pela democracia cresce no País sentimento contrário às guerras coloniais, que já duravam 13 anos e não tinham perspectivas de fim.
A divisão das Forças Armadas expõe as contradições da ditadura e aprofunda a crise. O sentimento de revolta militar se alia aos movimentos populares e explode a revolução.
>> Reformas
Dez minutos depois da senha Grândola, Vila Morena, militares rebeldes passam a ocupar a Escola Prática de Administração Militar, a TV, as rádios, o aeroporto de Lisboa.
O dia amanhece com o cerco ao Quartel da Região Militar de Lisboa e à sede da PIDE, a polícia política. A população toma conta das ruas e se mistura aos militares colocando cravos nos canos das espingardas, apelando para uma revolução pacífica.
Os militares leais à ditadura se rendem sem resistências e no final da tarde do dia 25 o general Marcello Caetano entrega o cargo à uma Junta da Salvação Nacional, que nomeia um governo provisório civil.
O governo dissolve a assembléia nacional e convoca uma Constituinte para meses depois. Em março do ano seguinte nacionaliza os bancos, as principais indústrias e os meios de comunicação, fazendo também a reforma agrária.