Ricardo Barros mente à CPI e passa de convidado a convocado

O depoimento do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, ontem à CPI da Covid, o mais esperado após o recesso, foi marcado por discussões entre os parlamentares de oposição e os defensores do governo.

O depoente que era convidado, agora será convocado a depor.

No meio da tarde, logo após a retomada da sessão, o presidente da CPI, Omar Aziz, decidiu encerrar o depoimento e afirmou que a Comissão irá acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para que a Corte avalie medidas contra o parlamentar que, conforme avaliaram os senadores, apresentou um depoimento mentiroso.

Antes disso, a sessão havia sido suspensa após Barros afirmar que a “CPI afasta as vacinas do Brasil”, dando início a um grande tumulto.

Citado por Bolsonaro

Ricardo Barros foi citado por Bolsonaro como um dos responsáveis pelas suspeitas nas negociações da vacina indiana Covaxin, segundo relato do deputado Luis Miranda.

Em seu depoimento ontem, Barros negou qualquer envolvimento nas negociações para a compra da vacina, intermediadas pela Precisa Medicamentos. A aquisição desse imunizante envolve a suspeita de superfaturamento, além do pagamento antecipado.

Sem sigilo

A CPI da Covid anulou os efeitos do sigilo de cem anos aplicado pelo Ministério da Saúde aos contratos referentes à aquisição da Covaxin, o acordo foi assinado em fevereiro desse ano, ao custo de R$ 1,6 bilhão. Na visão dos senadores, o segredo foi imposto pelo ministério de forma irregular, por decisão arbitrária.

Curandeiro e Charlatão

Na quarta-feira, 11, a Comissão decidiu sugerir o indiciamento de Bolsonaro pelos crimes de curandeirismo, charlatanismo, de epidemia e de publicidade enganosa, entre outros. Somados, eles podem resultar em uma pena máxima superior a 18 anos de prisão.