Rio São Francisco: Começam obras de transposição

Os governos de Pernambuco,
Ceará, Rio Grande
do Norte e Paraíba decidiram
lançar uma campanha
a favor da transposição do
Rio São Francisco.

A campanha consiste na
realização de atos públicos
nas principais cidades dos
quatro Estados, entrega de
documento ao presidente
Lula e realização de debates
e palestras na região do semiárido,
onde passarão os canais
que transportarão a
água desviada do Rio São
Francisco.

“Vamos esclarecer que
o projeto não foi criado para
beneficiar a agroindústria e
sim para o abastecimento
humano. É água de beber”,
disse Cid Gomes, governador
do Ceará.

Na semana passada, um
grupo de manifestantes
acampou em Cabrobó (PE),
no local onde as obras de
transposição tiveram início.

No lugar da construção
de canais, eles querem projetos
regionais para a população
do semi-árido. Para esse
grupo, a transposição vai
atender apenas os interesses
dos empresários.

Em resposta aos manifestantes,
o ministro da
Integração Nacional, Geddel
Veira Lima, avisou que a decisão
de fazer a transposição
é irreversível e que as obras
vão continuar.

Água para 12,5 milhões de pessoas

O projeto de transposição
consiste na construção de
canais para a transferência de
águas do São Francisco para
abastecer rios e açudes na região
semi-árida do Nordeste.

Essa água vai permitir a
interligação de açudes e manter
o nível de água em cada
um deles, garantindo o abastecimento
das famílias que
vivem na região.

Serão construídos dois
canais de concreto num total
de 700 quilômetros e nove
estações de bombeamento
para erguer as águas numa
altura de 300 metros.

As águas vão abastecer
cerca de 12,5 milhões de pessoas
no Nordeste.

No eixo norte, o canal
sairá de Cabrobó e vai até Salgueiro, tudo em Pernambuco.
Nessa cidade ele se
divide. Uma parte vai até o
açude Entremontes, no Oeste
do Estado, e outra até o
Açude Santa Cruz, perto de
Apodi (RN).

O eixo Leste terá um canal
saindo de Floresta (PE)
que vai até Monteiro (PB)
onde, pelo Rio Paraíba, chega
ao açude Boqueirão, perto
de Campina Grande (PB).

Com água no semi-árido,
o governo acredita que
vai evitar a escassez de alimentos
e a morte de rebanhos
nas épocas de seca, além
de contribuir para fixar o
homem no campo e reduzir
as doenças ligadas à falta
d’água ou consumo de água
contaminada.