Rodada Doha: Nova queda de braço entre emergentes e ricos
Durante toda esta semana,
ministros de 35 países
estão reunidos em Genebra,
na Suíça, para as negociações
da Rodada Doha.
O encontro, que ao
menos até ontem não havia
apresentado resultados
concretos, é considerado
a última chance para um
acordo com novas regras no
comércio mundial.
A Rodada Doha tem
esse nome porque foi em
Doha, capital do Qatar, em
2001, onde os países mais
ricos começaram a discutir
o futuro do comércio no
mundo.
Desde então, as negociações
estão paralisadas
por causa das divergências sobre o tamanho da abertura
em setores de interesse de
países ricos e pobres.
Os países em desenvolvimento,
como o Brasil,
querem maior abertura no
setor agrícola das nações
desenvolvidas,
incluindo a
redução ou
o fim de
subsídios.
A manutenção
de
uma vaca
na França,
por exemplo,
custa cerca de dois dólares
ao dia (R$ 3,20 reais). Como
esse valor é irreal na
maior parte do mundo, os
governos cobrem a diferença
pagando um subsídio
ao agricultor local. É assim
também com outros produtos.
Essa prática do subsídio
impede que países como o Brasil, que tem
custos menores de produção, exportem.
Já o bloco dos
países ricos
pressiona
por maior abertura
nos setores
de indústria
e serviços. Ou seja, querem
vender seus produtos
acabados aqui com menos
impostos, o que poderia
comprometer as vendas da
indústria local.
Impasse – A União Européia disse
estar preparada para reduzir
as tarifas agrícolas em 60%,
o que significa um avanço.
Mas, os Estados Unidos
afirmam que só irão
reduzir seus subsídios agrícolas,
se os países emergentes
abrirem seus mercados,
com cortes das tarifas industriais.
Qualquer proposta de
acordo que seja decidida
em Genebra terá que receber
o aval de todos os 152
membros da Organização
Mundial do Comércio antes
de ser aprovada.