Rodada Doha termina sem acordo

Depois de mais de uma
semana de discussões, propostas,
contrapropostas,
críticas, desagregações e
até menções às táticas de
propaganda da Alemanha
nazista, a reunião da Organização
Mundial do Comércio
(OMC) para tratar
da Rodada Doha não deu
em acordo.

Ainda não foi possível
aumentar o grau de abertura
no comércio mundial de
maneira compatível conforme
os diferentes interesses
dos diversos países.

O acordo só sairia se os
mais de 150 países pertencentes
a OMC concordassem.
De modo geral, a questão
é simples de entender. Os
países ricos não querem
reduzir a proteção que dão
aos seus agricultores. Já os
países pobres não querem
abrir seus mercados para a
entrada de produtos industrializados
da forma como
querem os países ricos.

As negociações da rodada
Doha terminam oficialmente
hoje, mas o diretor-geral da OMC, Pascal
Lamy, reconheceu ontem
que o encontro em Genebra
(Suíça) não irá adiante.

Os maiores impasses
em Genebra permanecem
principalmente entre os
interesses dos Estados Unidos,
China e Índia, segundo
a agência BBC Brasil.
As negociações da Rodada
Doha começaram em 2001.
A reunião, que se encerra
hoje, era vista com uma das
últimas chances de acordo
depois de sete anos. Mas
não foi desta vez.

A Rodada não avançou por que

1) Os países pobres
querem se proteger de um
surto de importações. Os
países ricos, como os Estados
Unidos e os membros
da União Européia, permaneceram
em desacordo
com China e Índia sobre
as propostas para proteger
as indústrias das nações em
desenvolvimento.

2) A manutenção do
elevado nível de subsídios
dado pelos EUA aos seus
produtores agrícolas.

3) As negociações focaram
nos cortes dos subsídios
agrícolas e tarifas
industriais, o que deixa a
maioria das outras áreas de
lado.

4) Os Estados Unidos
tentaram encorajar países
em desenvolvimento a tomar
parte em acordos voluntários
individuais para
cortar ou eliminar tarifas em
alguns setores industriais,
como automotivo ou têxtil,
em troca de cortes menores
em todos os setores.