Rotatividade entre terceirizados aumenta déficit da previdência
A alta rotatividade entre os trabalhadores formais terceirizados em todo o País contribui para o déficit da Previdência Social, afirmou o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann.
Em São Paulo, onde existem atualmente 700 mil trabalhadores terceirizados, a rotatividade é alta e a contribuição média é equivalente média a apenas sete dos doze meses necessários para a Previdência.
“O problema é que estamos em um regime previdenciário onde, para alçar a aposentadoria, é preciso ter 35 anos de contribuição. Em algum momento, vamos ter um problema no financiamento previdenciário e, de outro lado, a dificuldade do trabalhador se aposentar”, disse Pochmann.
O economista usou como base o exemplo de uma pessoa, do sexo masculino, que começa a trabalhar aos 16 anos.
“Com mais 35 anos de contribuição, ele estará em condições de se aposentar a partir dos 51 anos. No caso de um terceirizado, que não consegue contribuir por 12 meses e, sim, por sete meses, serão precisos 64 anos para chegar aos 35 anos de contribuição. Ou seja, ele só vai se aposentar aos 80 anos de idade”, estimou.
A terceirização vem fortalecendo o giro dos trabalhadores pelas empresas. Em 2010, por exemplo, a taxa de rotatividade dos empregados terceirizados em São Paulo foi 76,2% maior que a dos não terceirizados.
Da Redação