Rumo ao Leste
As empresas do nosso tempo são a reprodução exata do pensamento capitalista neoliberal. O que importa é o lucro, sem fronteiras e sem as contrapartidas do bem estar social e da melhoria da vida dos trabalhadores. Essas empresas estão agora se deslocando para os países do leste europeu e para o continente asiático, onde a vida das pessoas vale menos.
>> O caminho da degradação
Empresas transferem a produção em função dos salários mais baixos. Os salários na Espanha, embora bem abaixo dos praticados na Alemanha, são mais que o dobro dos da Eslováquia, da República Checa, Romênia, China e outros.
O México, que até bem pouco tempo era elogiado como exemplo de país competitivo, com o custo da mão-de-obra menor que a brasileira, assiste uma fuga de empresas multinacionais em direção à China.
>> Baixo custo da mão de obra
O gasto com mão-de-obra tem sido o argumento dos que detêm o poder econômico e tecnológico. Para eles, o chique é ter resultados cada vez melhores para suas empresas. Produtos com sofisticada tecnologia, padrões de qualidade internacional e os menores custos de produção, isto é, fabricados com os trabalhadores mais mal pagos e com as menores exigências de saúde, condições de trabalho e de preservação ambiental.
>> Miséria e degradação não contam
Nos países que perdem as empresas, frustram-se as esperanças de trabalhadores que durante anos acreditaram que o sacrifício valeria a pena e que era um caminho para a melhoria da vida e do crescimento sócio econômico do país. Perde-se renda e perdem-se postos de trabalho, aumentando a miséria e a violência.
Enquanto isso, nos chamados países competitivos do Leste – os atuais bolas da vez – uma escalada de acidentes e doenças no trabalho e de degradação social é confundida com desenvolvimento industrial, até que algum outro povo decida vender sua vida por um preço ainda menor.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente