Sai a primeira proposta de reposição de perdas

Depois de muita pressão, os metalúrgicos conseguiram arrancar ontem da Anfavea uma proposta de pagamento de um abono de R$ 900,00 para repor perdas. A vantagem é que a quantia não será descontada na data-base e o pagamento fica muito perto da próxima campanha salarial que será aberta em agosto.

O abono será pago em duas vezes, maio e julho, para todos os trabalhadores. Não haverá teto, como queriam as montadoras. Em junho a maioria das empresas pagará a primeira parcela de PLR. Essa forma de pagamento reforça o salário no período até a próxima campanha.

O valor de R$ 900,00 corresponde a 50% do salário médio do trabalhador horista na produção. “A proposta rompe com a intransigência das monta-doras, que não queriam reconhecer as perdas”, disse Adi dos Santos Lima, presidente da FEM – Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT.

A negociação com a Anfavea, que representa todas as montadoras, permite à FEM ter proposta para os 43 mil metalúrgicos do setor em todo o Estado de São Paulo.

“Insistir nas conversas por setor foi correto. Isso abre espaço para que outros setores também fechem o acordo”, comemorou Adi, referindo-se ao Sindipeças, Sindimaq, Grupo 10 e outros.

A FEM volta a reunir-se com representantes do Sindipeças, em data e local a ser confirmado. “As possibilidades para acordo são grandes”, disse Adi.

O Sindimaq também apresentou proposta, de pagamento de abono de 10% do salário, dividido em duas vezes. “Nós rejeitamos a proposta na mesa de negociação, pois esses patrões não reconhecem nossas perdas”, disse Adi.

O Sindicato marcou assembléia na próxima terça-feira, às 18h, na Sede, para apresentar todas as propostas que forem negociadas.