Saiba Mais – A questão do outro

 

Um dos grandes desafios de todo movimento sindical e do nosso sindicato em particular é a questão do jovem.
Como falar e o quê falar. Como atrair e como envolver esses novos companheiros, esses outros metalúrgicos, nessas duas questões fundamentais que tentaremos tratar a seguir:
– Como passar para essa nova geração de brasileiros o que foi viver sob o arrocho da ditadura e depois da hiperinflação, e quanta luta foi preciso para que invertêssemos a lógica e nos impuséssemos como classe, que sabia seu valor e exigia o seu lugar na sociedade?
– Como convencer os mais jovens a sair do individualismo crescente e entender que mesmo que transitoriamente – e temos dúvidas se a passagem da maioria deles pela categoria metalúrgica será transitória – , chegou a hora de tomarem nas mãos essa bandeira, e com dignidade conduzirem- na até às futuras gerações?
Nosso primeiro desafio será sair da tendência preconceituosa de olharmos a cultura, os costumes e os comportamentos desses grupos de jovens com as lentes da nossa cultura, impondo julgamentos de valor baseados nos valores
construídos na nossa geração.
O segundo desafio, e seguramente mais difícil, será abandonar nossa postura de quem sabe tudo e entendermos que a diversidade cultural é fundamental para o fortalecimento dos grupos sociais. Que, em vez de destruir, é preciso conviver com essa nova geração, pois é da diversidade cultural que resulta a mudança.
Somente nos livraremos da imobilidade e do esgotamento para o qual cedo ou tarde acabamos caminhando construindo juntos as novas gerações metalúrgicas.
Se tivermos humildade, sabedoria e determinação para enfrentar esse desafio, usarmos as armas adequadas e tivermos o cuidado e a delicadeza que essa discussão requer, estaremos, de forma natural, passando a bandeira que já não será mais a nossa, será a bandeira deles, mas construída e desfraldada por todos nós.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente