Saiba o que ocorre no Brasil pelos jornais internacionais

A dica é do metalúrgico, psicólogo e leitor assíduo de jornais do exterior, Sebastão Pedro Chaga, funileiro na Volks

Quem vê Sebastião Pedro Chaga, trabalhador na ala 17 da Volks, não pensa que ele é um metalúrgico com três habilidades. O funileiro de protótipo trabalha na montadora há 13 anos e chegou no emprego profissionalmente preparado.

Assim como o oficio, ele aprendeu uma outra atividade cotidiana ainda quando criança. “Meu pai pediu para um funileiro me deixar trabalhar numa oficina perto de casa. No primeiro dia, comecei a ler os jornais que eram usados para empapelar as peças e não parei mais”.
Leitura, é simplesmente isso que difere Tião, como é chamado na fábrica. Ele não lê apenas um dos grandes jornais. “Eu faço uma leitura critica, leio a Folha de S. Paulo e o Estadão para comparar como eles abordam cada assunto”.


Para Tião, jornalões brasileiros não são imparciais

Comparação
Mais do que isso, ele lê diariamente vários jornais internacionais na internet. “Gosto de ver como a imprensa dos outros se relaciona com os governos e como eles noticiam os fatos aqui do Brasil. Prefiro ler essas notícias em jornais de fora, são mais imparciais”. Essa mania começou junto com a internet, onde ele tem acesso ao mundo todo. O trabalho é facilitado por algumas páginas que traduzem para o português os maiores jornais do mundo.

Dá fábrica para o consultório
A paixão pela leitura foi fundamental para esse filho de trabalhadores rurais cursar duas pós-graduações após se formar em psicologia.
Aliás, essa é a outra atividade diária. Tião abriu um consultório em Santo André, no qual atende após a jornada na montadora. Tudo isso sem falar da família. Casado, com dois filhos, ele faz questão de participar da educação da prole e recarregar as forças em casa.
A pergunta que todos devem estar se fazendo é como ele arruma tempo para ler. “Na hora do almoço leio a Folha e o Estado e no consultório, entre consultas ou em casa, navego pela internet atrás dos jornais internacionais.”

Ele ainda diz que sempre lê três livros ao mesmo tempo, cada um de um assunto diferente e não mistura os assuntos, pelo contrário se esforça para aumentar a concentração e melhorar o entendimento. O funileiro ainda confessa. “Leio a Tribuna
todos os dias.”

Para quem se interessou e quer começar a ler, Tião dá uma dica. “Tem de ser curioso, querer entender sempre o porquê das coisas, qual a verdade está por trás daquilo que pensamos, como se fossemos resgatar algo perdido.”